No último sábado, o Estacionamento de Jaraguá foi palco do encerramento do 32º Festival Municipal de Bumba Meu Boi. Realizado pela Prefeitura de Maceió em colaboração com a Fundação Municipal de Ação Cultural e a Liga Alagoana de Bumba Meu Boi, o festival atraiu cerca de 20 mil visitantes em seus dois dias de evento. Este encontro festivo destacou a vivacidade da cultura popular alagoana, reafirmando o Bumba Meu Boi como um verdadeiro patrimônio vivo da capital.
A programação teve início com a encantadora apresentação do Boi Águia de Ouro, que deu as boas-vindas ao público antes que as competições começassem. A arena se transformou em um espaço multifacetado, onde cada grupo trouxe ao palco suas narrativas, simbolizando a história e os sentimentos da comunidade que mantém viva essa tradição nos diferentes bairros de Maceió.
O Boi Escorpião, representando o Poço, foi o primeiro a entrar na disputa, emocionando os presentes com uma homenagem especial às pessoas autistas. A apresentação ressaltou a importância da inclusão e acolhimento no contexto social. Logo em seguida, o Boi Jaguar, oriundo da Ponta da Terra, lembrou do mito clássico do Bumba Meu Boi, trazendo à tona a história de Catirina, Mateus e o próprio boi, reforçando as raízes da tradição.
O Boi Rotteweiller, do Feitosa, apresentou uma fusão entre o tradicional e o contemporâneo, celebrando a rica herança cultural alagoana. O Boi Safary, do Jacintinho, trouxe uma representação da fé sertaneja, expressando o anseio por chuvas e a espiritualidade que permeia a vida no sertão.
A celebração também contou com o Boi Africano, que enalteceu as vivências do campo e a conexão sagrada entre a terra e as comunidades rurais. O Boi Kimera trouxe um frescor ao evento, destacando a resistência cultural e a importância da transmissão de saberes entre gerações.
Ainda no festival, o Boi Pérola prestou homenagem ao sururu, um símbolo forte da culinária local, enquanto o Boi Bumbá Alagoano criou uma atmosfera lúdica, transformando a arena em um espaço dedicado à infância e à alegria. O Boi Força Bruta, representando a Zona Sul, celebrou o orgulho nordestino, enquanto o Boi Cão de Raça fez uma reflexão importante sobre a ancestralidade indígena e a preservação ambiental.
O festival também foi iluminado pelas celebrações do Boi Dragão, que comemorou quatro décadas de história, e do Boi Cobra Negra, que homenageou Edecio Lopes, um ícone da cultura maceioense. O Boi Vingador trouxe uma narrativa poderosa, unindo elementos do sagrado católico e das religiões afro-brasileiras, e o Boi Diamante evocou memórias afetivas das brincadeiras de rua.
Fechando o evento, o Boi Axé apresentou uma versão inovadora do clássico “Alto da Compadecida”, entrelaçando teatro e religiosidade. O presidente da FMAC, Myriel Neto, salientou a importância do festival como um espaço de promoção e fortalecimento da cultura que germina nos bairros, reiterando que o investimento público é essencial para manter viva essa tradição. Os resultados do festival deverão ser divulgados nos canais da Liga Alagoana de Bumba Meu Boi no dia seguinte, celebrando a força e a vitalidade do Bumba Meu Boi em Maceió.













