A história de Honestino Guimarães é um exemplo de coragem e resistência em tempos sombrios da história do Brasil. Líder estudantil durante a ditadura militar, Honestino desapareceu misteriosamente em 1973 após lutar incansavelmente contra o regime autoritário. Seu corpo nunca foi encontrado, o que tornou seu desaparecimento um dos casos mais emblemáticos de perseguição política da época.
Nesta sexta-feira, em uma cerimônia emocionante, a Universidade de Brasília (UnB) decidiu conceder a Honestino Guimarães o diploma de geólogo, de forma póstuma. O reconhecimento foi uma maneira de homenagear e resgatar a memória desse estudante que dedicou sua vida à luta pela democracia e pelos direitos estudantis.
A cerimônia, realizada no auditório da Associação dos Docentes da UnB, reuniu professores, estudantes, familiares de Honestino, além de autoridades locais e nacionais. Foi um momento de forte simbolismo e de revisitação da história de um dos personagens mais importantes na resistência à ditadura militar.
A reitora da universidade, Márcia Abrahão, anunciou a decisão do Conselho Universitário de anular a expulsão de Honestino da instituição em 1968, antes que ele pudesse concluir sua graduação. Foi feito um extenso trabalho de pesquisa nos arquivos da UnB e no histórico escolar de Honestino para garantir a legitimidade e o mérito desse reconhecimento.
Além do diploma em si, a cerimônia representou o comprometimento da UnB com a democracia e a justiça, não apenas durante a ditadura militar, mas também nos tempos atuais. A universidade se colocou como um espaço de resistência e de defesa dos valores democráticos, uma postura que foi reafirmada pelos discursos das autoridades presentes.
Com informações da EBC
Fotos: © Acervo Familia/Honestino Guimarães / EBC