A rotatividade da mão de obra no setor de alimentação fora do lar continua a ser um tema crítico, destacando-se pelo seu elevado índice. De acordo com os dados mais recentes, entre dezembro de 2024 e novembro de 2025, a Taxa de Rotatividade de Pessoal, conhecida como Turnover, atingiu alarmantes 73,49%. Este número reflete a constante necessidade de substituição de funcionários, apresentando um desafio significativo para bares e restaurantes em todo o Brasil. Em média, isso se traduz na prática de renovar toda a equipe aproximadamente a cada 1,4 anos, ou seja, a cada 16 meses.
Nos últimos meses, houve uma pequena melhora no panorama. Em outubro, o tempo médio de permanência dos trabalhadores nesse setor registrou um leve aumento, subindo de 12,4 para 12,5 meses em comparação a setembro. Este avanço, ainda que modesto, interrompe uma tendência de queda que perdurava desde o início do ano. Esse fenômeno pode ser um reflexo de uma economia desacelerando, uma vez que a diminuição de vagas disponíveis pode incentivar os profissionais a permanecerem em seus postos.
Analisando o contexto mais amplo do mercado de trabalho no Brasil, a situação se mostra robusta. No mesmo período analisado, a taxa de desocupação ficou em 5,4%, a mais baixa desde 2012, conforme registros da PNAD Contínua. O crescimento na demanda por serviços e um cenário econômico relativamente estável têm contribuído para essa melhoria.
No campo da geração de empregos, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) revela que, em outubro, bares e restaurantes abriram 8.781 novas vagas. Além disso, os salários no setor também mostraram crescimento, alcançando uma média de R$ 2.328, o que representa uma alta de 5,7% em relação ao trimestre anterior, superando a média nacional de 3,9%.
De acordo com o presidente da Abrasel, esse crescimento salarial e a continuidade das contratações são sinais do empenho dos empresários em manter suas equipes. Contudo, ele destaca que essa trajetória positiva deve ser acompanhada de vigilância em relação a sinais de desaceleração econômica. A continuidade desse ciclo de crescimento dependerá, em grande parte, da capacidade de investimento das empresas, que pode ser comprometida se as taxas de juros permanecerem elevadas. Portanto, o chamado é por um ambiente favorável que possibilite o contínuo desenvolvimento e estabilidade desse importante setor para a economia brasileira.
Com informações e fotos da Abrasel/BR













