O supertelescópio construído em Cerro-Pachón, no Chile, conhecido como Legacy Survey of Space and Time (LSST), que tem previsão para iniciar suas operações em 2026, é um projeto internacional que conta com a participação de mais de 100 pesquisadores brasileiros de 26 universidades em 12 estados. Com o objetivo de produzir o maior e mais completo mapa do universo, o LSST planeja mapear 37 bilhões de estrelas e galáxias ao longo de uma década.
A participação do Brasil no projeto teve início em 2015, por meio de um acordo firmado com o Laboratório Interinstitucional de e-Astronomia (LIneA), que coordena a participação brasileira no LSST. Este laboratório, apoiado pelo Observatório Nacional (ON), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) e Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), tem como objetivo oferecer suporte para a participação do Brasil em projetos astronômicos de grande escala que geram uma enorme quantidade de dados.
O LSST é uma colaboração internacional que envolve 28 países, e os pesquisadores brasileiros contribuem para diversas áreas da astronomia, enfrentando desafios sem precedentes. Recentemente, três pesquisadores seniores do Brasil foram selecionados para participar do LSST, entre eles o professor Daniel de Oliveira, da Universidade Federal Fluminense (UFF), que tem como missão auxiliar os astrônomos na gestão de dados e acelerar o processo de análise dessas informações.
Com o suporte de seus alunos no Instituto de Computação da UFF, Daniel de Oliveira desenvolverá algoritmos e tecnologias nas áreas de banco de dados, inteligência artificial e visualização para processar os enormes volumes de dados capturados pelo telescópio do LSST. Estima-se que, a cada noite, sejam capturados 15 terabytes de dados, o que corresponde a 3,2 bilhões de pixels, gerando uma quantidade de informações sem precedentes sobre o universo.
Além disso, o Brasil sediará um dos dez centros regionais do LSST, chamado Independent Data Access Center (Idac-Brasil), cuja responsabilidade será hospedar parte dos dados coletados. Dessa forma, a participação do Brasil no LSST representa não apenas uma maior inserção do país na comunidade astronômica internacional, mas também a formação de novos recursos humanos e a oportunidade para a ciência brasileira dar um salto significativo. Este é um projeto inovador que promete revolucionar a forma como a astronomia é feita e abrir novos horizontes para a busca de conhecimento.
Com informações da EBC
Fotos: © Vera C.Rubin Observatory/Divulgação / EBC