O Senado Federal aprovou recentemente uma alteração significativa na Lei da Ficha Limpa, que impacta o prazo de inelegibilidade para políticos. A nova normativa reduz o período pelo qual um candidato pode ser considerado inelegível devido a condenações judiciais. Anteriormente, a legislação estipulava um tempo de oito anos para que um político pudesse se candidatar novamente após ser condenado por crimes que comprometessem a sua reputação e idoneidade. Com a nova redação, esse intervalo foi reduzido para cinco anos.
Essa mudança gerou um intenso debate entre os parlamentares e especialistas em direito eleitoral. Os defensores da proposta argumentam que a medida torna o sistema político mais inclusivo, permitindo que pessoas que já cumpriram suas penas possam retornar à vida pública de forma mais rápida. Eles afirmam que a flexibilização do prazo pode favorecer a renovação das lideranças e a diversificação do quadro político, principalmente em um cenário onde a insatisfação popular com figuras políticas tradicionais é alta.
Por outro lado, os críticos da alteração expressam preocupações quanto à possibilidade de a mudança enfraquecer a Lei da Ficha Limpa, que foi criada para resguardar a integridade do processo eleitoral e combater a corrupção. Para esses opositores, a redução do prazo pode abrir brechas para que pessoas com passagens por infrações graves voltem a ocupar cargos públicos antes de demonstrar uma real mudança em seu comportamento. Eles se preocupam com a mensagem que essa decisão transmite à sociedade, especialmente em um momento em que a confiança nas instituições políticas está abalada.
A proposta que traz essa mudança já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados e agora seguiu para sanção do presidente da República. É importante ressaltar que essa não é a primeira vez que a Lei da Ficha Limpa passa por alterações desde sua criação. A discussão em torno da inelegibilidade reflete um panorama mais amplo sobre a necessidade de reformulação das normas eleitorais no Brasil, visando equilibrar a chance de novos candidatos se apresentarem às eleições e, ao mesmo tempo, garantir que a ética e a lisura nas disputas políticas sejam mantidas. A sociedade civil, por sua vez, acompanhará atentamente o desdobramento dessa legislação e seu impacto nas próximas eleições.
Com informações da EBC
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