Os rios da Amazônia vêm registrando níveis abaixo da média histórica, indicando uma situação preocupante em relação à escassez de água na região. Um mês antes do período mais crítico da estiagem, que costuma ocorrer em setembro, dados do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão vinculado ao Ministério da Defesa, apontam que o Rio Solimões se encontra 3 metros abaixo do volume considerado normal para essa época do ano. Além disso, afluentes como os Rios Madeira e Acre também estão próximos de seus níveis mínimos históricos.
Flávio Altieri, analista do Censipam, ressalta que, embora as chuvas estejam abaixo do esperado em grande parte da Amazônia, ainda não é possível afirmar se a seca de 2024 será a mais intensa já registrada na região. No entanto, as condições hidrológicas atuais são mais críticas do que as observadas em 2023, ano marcado por uma das piores secas na Amazônia. As previsões climáticas indicam que não há perspectiva de melhora no cenário de precipitações para os próximos meses.
O analista alerta para um quadro de seca extrema, caracterizado como o penúltimo nível de severidade na escala de medição do fenômeno. Esse estágio implica em escassez de água generalizada, restrições e perdas significativas nas plantações, o que pode afetar diretamente as comunidades tradicionais que dependem dos rios como fonte de recursos e vias de acesso. A população dessas áreas enfrenta desafios agravados pelo desabastecimento de alimentos, água potável e dificuldades no acesso a serviços essenciais como saúde e educação.
Diante desse cenário preocupante, autoridades e governantes têm se mobilizado para implementar medidas que possam amenizar os impactos da estiagem na região Norte do Brasil. Durante uma reunião realizada no Palácio do Planalto, ministros e governadores da Amazônia Legal discutiram ações emergenciais para lidar com a situação. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional já aprovou o repasse de R$ 11,7 milhões para ações de defesa civil nos estados do Amazonas e Roraima, e reconheceu a situação de emergência em 53 municípios de Acre, Amazonas, Roraima e Rondônia. Essas medidas buscam garantir assistência e apoio às comunidades afetadas pela seca na região amazônica.
Com informações da EBC
Fotos: © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil / EBC
