O Brasil e os Estados Unidos comemoram 200 anos de relações diplomáticas em meio a uma intensa disputa envolvendo a China, potência mundial em ascensão. A presença do general Laura Richardson, chefe do Comando Sul dos EUA, no Brasil para realizar exercícios militares conjuntos com as forças brasileiras, marcou as comemorações.
Durante sua visita, a general criticou abertamente a China, alertando para os supostos riscos que o país asiático representaria para o Brasil caso este se envolvesse no projeto da Rota da Seda. Essa postura reflete a disputa global entre democracias e ditaduras, segundo a militar.
Enquanto isso, a Embaixada do Brasil na China reagiu, acusando os Estados Unidos de adotarem uma mentalidade da Guerra Fria e de tentarem tirar proveito político da situação. O embate entre essas potências acaba envolvendo o Brasil, que se destaca como um importante ator nesse cenário.
Especialistas avaliam que o Brasil deve buscar benefícios para si nessa disputa entre China e EUA, sem se indispor com nenhum dos dois lados, dada sua dependência econômica de ambas as potências. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, enquanto os EUA ocupam o segundo lugar nesse ranking.
Diante desse contexto, o país precisa encontrar um equilíbrio entre as duas potências, garantindo que os interesses nacionais sejam respeitados e protegidos. A história mostra que o Brasil já soube se beneficiar de rivalidades internacionais, como na época de Getúlio Vargas, e deve buscar seguir esse exemplo. Assim, é possível aproveitar o interesse das grandes potências em seu território para promover o desenvolvimento e fortalecimento nacional.
Com informações da EBC
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