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Quase 2 milhões de pessoas beneficiadas por Programa Dignidade Menstrual, revela Ministério da Saúde

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Quase 2 milhões de pessoas foram beneficiadas com a distribuição gratuita de absorventes higiênicos por meio do Programa Dignidade Menstrual, implementado este ano. Os dados revelam que mais de 1,7 milhão de pessoas, com idade entre 10 e 49 anos, retiraram absorventes em estabelecimentos credenciados ao Programa Farmácia Popular, conforme informações divulgadas pelo Ministério da Saúde.

O objetivo do programa é atender cerca de 24 milhões de pessoas em todo o país que enfrentam dificuldades para adquirir esses produtos durante o ciclo menstrual. A iniciativa visa combater a chamada “pobreza menstrual”, que afeta significativamente a qualidade de vida das pessoas que menstruam.

O Dia Internacional da Dignidade Menstrual, celebrado em mais de 50 países, tem como propósito fomentar a discussão e conscientização sobre a importância do acesso a itens de higiene menstruais. Um estudo realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontou que, mesmo com os avanços das políticas públicas, a menstruação segura ainda é um desafio no Brasil.

A ginecologista Daniela Angerame Yela, integrante da Comissão de Ginecologia Endócrina da Febrasgo, concorda com as dificuldades relatadas pelo Unicef. Segundo ela, apesar dos esforços governamentais em implementar programas de distribuição de absorventes, ainda existem desafios, especialmente para a população mais vulnerável. Pesquisas realizadas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) evidenciaram a escassez de produtos de higiene menstrual em comunidades ribeirinhas da Amazônia e regiões de fronteira com grande fluxo de imigrantes.

A especialista ressaltou a importância de campanhas de conscientização nas escolas, visando alcançar meninas e adolescentes, que podem difundir as informações para suas famílias e comunidades. Além disso, defendeu a ampliação dos programas públicos de distribuição de absorventes, alegando que isso não geraria um custo significativo para os governos.

Organizações como a Central Única das Favelas (Cufa) também se engajam no combate à pobreza menstrual, arrecadando e distribuindo absorventes para mulheres em situação de vulnerabilidade social. Para a presidente da Cufa Brasil, Kalyne Lima, apesar dos esforços realizados pelo governo federal, ainda há mulheres que desconhecem ou enfrentam dificuldades para acessar políticas de distribuição de absorventes. Por essa razão, a campanha de arrecadação de absorventes é constante, sendo intensificada em datas específicas.

O presidente da Comissão de Ginecologia Endócrina da Febrasgo, José Maria Soares, destacou que a pobreza menstrual afeta principalmente adolescentes e mulheres de baixa renda, as quais muitas vezes são obrigadas a usar panos em substituição a absorventes adequados. Ele sugeriu a implementação de cadastros nas escolas para garantir que todas as estudantes tenham acesso aos programas governamentais de distribuição de absorventes.

Diante desse cenário, é essencial que as políticas públicas sejam ampliadas e que campanhas educativas sejam promovidas para informar e conscientizar a população sobre a importância da dignidade menstrual e o acesso aos itens de higiene necessários. É fundamental garantir que todas as pessoas que menstruam tenham seus direitos e dignidade preservados, independentemente de sua condição socioeconômica.

Com informações da EBC
Fotos: © Rovena Rosa/Agência Brasil / EBC

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