A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, enfrentou protestos em massa em seu país que resultaram no cancelamento de sua viagem ao Brasil. Estima-se que pelo menos 114 pessoas tenham morrido durante os atos, que tiveram início após uma revolta estudantil contra cotas para empregos públicos.

As cotas, que reservavam 30% das vagas para famílias que lutaram pela independência de Bangladesh em relação ao Paquistão, foram eliminadas pelo governo de Hasina em 2018. No entanto, um tribunal restabeleceu a regra no mês passado, o que desencadeou os protestos.

Devido à gravidade da situação, o governo decretou toque de recolher e ordenou o fechamento de escritórios e instituições por dois dias. As manifestações, as maiores desde a reeleição de Hasina para seu quarto mandato, foram intensificadas pelo alto índice de desemprego entre os jovens no país, que representam um quinto da população de 171 milhões de habitantes.

Para conter os protestos, o governo suspendeu os serviços de internet e mobilizou militares para reprimir os atos. A situação se tornou ainda mais delicada com a proibição de reuniões públicas no país e a repressão dos manifestantes que tentavam se reunir em protesto.

Diante desse cenário de instabilidade e violência, a primeira-ministra Sheikh Hasina optou por cancelar sua viagem ao Brasil, planejada para a próxima semana. A tensão em Bangladesh continua alta, com a população indignada com a reintrodução das cotas e as medidas repressivas adotadas pelo governo para conter os protestos.

Com informações da EBC
Fotos: © Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil / EBC