No estado do Rio Grande do Sul, Porto Alegre foi palco de um incêndio na Pousada Garoa, que abrigava pessoas em situação de vulnerabilidade social. Esse trágico acontecimento resultou em dez mortes e ao menos cinco feridos, levantando debates sobre as condições oferecidas pelo poder público a essa população. Muitos dos hóspedes da pousada eram beneficiados por um programa de assistência da prefeitura, e as autoridades estão investigando o caso.
Logo após esse incidente, a cidade foi atingida por enchentes que desestruturaram parte do sistema de proteção social. Dos três Centros de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro Pop) de Porto Alegre, dois foram fechados devido às enchentes, restando apenas um em operação. A situação se repete com os abrigos da capital, onde somente dois permanecem ativos. Com a redução de vagas nas pousadas, a população em situação de rua sofre com a falta de alternativas de acolhimento.
De acordo com dados da prefeitura, havia aproximadamente 4,8 mil pessoas em situação de rua na cidade antes das enchentes, e a tendência é de aumento desse número diante do atual cenário. A assistente social Sibeli da Silva Diefenthaeler, da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), órgão responsável pela política de assistência social do município, aponta a necessidade urgente de ampliar a rede socioassistencial para atender essa população.
A população em situação de rua encontra-se em situação de vulnerabilidade extrema, como relata o caso de Márcio José Jungbut dos Santos, conhecido como Marcinho, que vivia nas ruas antes de ser abrigado temporariamente. Com a iminência do fechamento do abrigo, Marcinho e outros fazem um apelo por auxílio do governo para garantir abrigo e subsistência. Grupos como o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) buscam sensibilizar as autoridades para a necessidade de acolhimento e apoio a essas pessoas.
Organizações como a Amurt Amurtel também atuam na assistência a essa população, oferecendo abrigo temporário. No entanto, a demanda por moradia e dignidade para as pessoas em situação de rua permanece um desafio em meio às dificuldades enfrentadas. A incerteza quanto ao futuro e a falta de perspectivas habitacionais agravam a situação desses indivíduos, que lutam por um recomeço em meio às adversidades. É fundamental que o poder público e a sociedade se mobilizem para garantir o acolhimento e a inclusão dessas pessoas tão vulneráveis.
Com informações da EBC
Fotos: © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil / EBC