Após mais de um século de espera, a construção de uma ponte binacional entre Brasil e Bolívia, que ligará as cidades de Guajará-Mirim, em Rondônia, e Guayaramerín, no departamento boliviano de Beni, está prestes a se concretizar. A assinatura da ordem de serviço para o início das obras ocorreu na última sexta-feira, marcando uma importante etapa na relação de integração entre os dois países.
Esse projeto, que será executado nos próximos três anos, recebe um investimento significativo de R$421,398 milhões. A expectativa é que a nova ponte beneficie cerca de 180 mil pessoas que habitam na região de fronteira, levando em consideração tanto os moradores das cidades diretamente conectadas quanto comunidades vizinhas, trabalhadores e todos aqueles que utilizam as rodovias BR-425 e BR-421.
Desde a assinatura do Tratado de Petrópolis, em 1903, a construção da ponte foi uma demanda constante. Com o recente compromisso do Governo Federal em incluir a obra no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a concretização desse sonho antigo parece finalmente próxima. O impacto da ponte será profundo, especialmente em um contexto em que muitas vezes se tenta criar barreiras entre países. Neste caso, a obra simboliza a construção de vínculos e a promoção de integrações importantes.
Atualmente, a travessia entre Brasil e Bolívia é realizada por balsas que cruzam o rio Mamoré, um processo que gera longas esperas e riscos, como compartilhou uma estudante de medicina que realiza o trajeto diariamente. A ponte não apenas facilitará o transporte, mas também oferecerá uma opção mais segura e eficiente para os moradores da região.
Além das questões pessoais e de transporte, a movimentação de cargas entre os dois países já é intensa, com a entrada e saída de aproximadamente 1.500 pessoas e 20 mil toneladas de mercadorias diariamente. A perspectiva de um novo corredor binacional promete otimizar essa dinâmica, beneficiando também caminhoneiros que enfrentam contratempos frequentes devido à dependência das balsas.
Outro aspecto relevante é como essa nova infraestrutura se integra em um contexto maior, formando um eixo de desenvolvimento interoceânico que conecta o Brasil à Bolívia, Chile, Peru e até mesmo à Ásia. Isso pode resultar em significativas reduções nos custos de transporte e no tempo de entrega.
Em síntese, a construção da ponte entre Guajará-Mirim e Guayaramerín representa não apenas um avanço na infraestrutura, mas um passo vital para o fortalecimento da relação entre as duas nações. Com isso, espera-se que laços de amizade e intercâmbio cultural se fortaleçam, beneficiando diretamente as populações locais e contribuindo para o desenvolvimento econômico regional.
Com informações e Fotos do Ministério dos Transportes