A Petrobras registrou uma perda significativa de quase R$ 10 bilhões ao vender gasolina e diesel abaixo dos preços praticados no mercado internacional, de acordo com o economista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Essa mudança na política de preços da estatal, aprovada durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, resultou em perdas de “custo de oportunidade”, indicando que a Petrobras poderia ter lucrado mais se tivesse vendido seus produtos a preços mais altos.
Os valores negativos registrados foram de R$ 7,6 bilhões na gasolina e R$ 2,46 bilhões no diesel, impactando diretamente nos resultados financeiros da empresa. A redução de 70% no lucro da Petrobras, que caiu de R$ 124,6 bilhões em 2023 para R$ 36,6 bilhões no ano passado, reflete a situação desafiadora enfrentada pela companhia.
Além disso, os investimentos da Petrobras em 2024 foram 19% acima das estimativas iniciais, totalizando US$ 5,7 bilhões. Esse aumento levantou preocupações entre os analistas, que temem que a estatal esteja perdendo sua disciplina de capital ao investir em áreas que não garantem retornos financeiros satisfatórios, como refinarias, estaleiros e fertilizantes.
A situação se agrava com a antecipação de pagamentos a fornecedores, criando um cenário de incertezas quanto à efetividade desses investimentos no longo prazo. O risco de endividamento da empresa também é uma preocupação, já que a Petrobras já foi a petroleira mais endividada do mundo em gestões anteriores.
A disputa política interna entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Teixeira, e o ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também é destacada. A mudança na política de pagamentos aos fornecedores sob a nova presidência de Magda Chambriard levanta questionamentos sobre a eficácia dos investimentos em andamento.
Diante desses desafios, a Petrobras enfrenta uma queda nas ações da empresa e a necessidade de reavaliar suas estratégias de investimento para garantir sua sustentabilidade financeira no futuro.