A segunda edição da Parada do Orgulho da Pessoa com Deficiência (PCD) em São Paulo celebrou a diversidade e reforçou a luta contra a exclusão social, em um evento que contou com discursos emocionantes, uma homenagem especial e um desfile de moda inclusiva. O tema escolhido para a parada, intitulado “Sônia Livre”, foi uma forma de protesto contra a autorização judicial que permitiu que Sônia Maria de Jesus, uma mulher negra com deficiência auditiva que viveu em condições de escravidão por 40 anos na casa de um desembargador em Florianópolis, voltasse a viver com a família que a escravizou.
Julia Moraes Piccolomini, presidenta da Parada do Orgulho PCD, destacou a gravidade da situação de Sônia, ressaltando que ela foi libertada da escravidão, mas em seguida foi forçada a retornar à casa dos seus agressores devido a uma decisão judicial. A história de Sônia Maria é um reflexo da opressão e violência enfrentadas pelas pessoas com deficiência, que muitas vezes não recebem o apoio necessário para se libertarem de situações de abuso.
O evento, realizado na Praça Roosevelt, foi marcado por uma programação diversificada, incluindo shows, apresentações culturais e um desfile de moda inclusiva. A intenção da Parada do Orgulho PCD era alertar a sociedade sobre os direitos das pessoas com deficiência e promover a inclusão e acessibilidade em todos os aspectos da vida cotidiana. A participação de pessoas de diferentes regiões do Brasil evidenciou a demanda reprimida por igualdade e respeito para com os PCDs em todo o país.
Além de celebrar a diversidade e o orgulho de ser uma pessoa com deficiência, a Parada também marcou o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, buscando ampliar a conscientização e defender os direitos dessas pessoas. A presença maciça de PCDs no evento demonstrou a força e a determinação dessa comunidade em confrontar a cultura excludente e assistencialista que ainda persiste na sociedade.
Em meio a discursos exacerbados e manifestações artísticas, a Parada do Orgulho PCD em São Paulo se tornou um marco de resistência e empoderamento, reafirmando que as pessoas com deficiência são muito mais do que suas limitações físicas ou sensoriais. A mensagem deixada por esse evento é um apelo à sociedade para enxergar a diversidade como um valor fundamental e garantir a plena participação e inclusão de todos os indivíduos, independentemente de suas habilidades ou limitações.
Com informações da EBC
Fotos: © Paulo Pinto/Agência Brasil / EBC