O Pantanal, maior área úmida contínua do planeta, tem sido devastado por incêndios nos últimos 12 meses, acumulando mais de 9 mil focos de fogo de acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número representa um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados apenas 1.298 focos. A magnitude desses incêndios chama a atenção, já que historicamente o problema se intensificava apenas a partir de agosto, porém neste ano a situação se mostra mais crítica e antecipada.
A mudança climática causada pelo fenômeno El Niño tem contribuído para o aumento do fogo no Pantanal, afetando também o volume dos rios que cortam a região e levando à escassez de recursos hídricos na Bacia do Paraguai. O governo brasileiro, ciente da gravidade da situação, anunciou a criação de uma sala de situação para coordenar ações de combate aos incêndios e secas, priorizando o Pantanal e a Amazônia.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar nessas regiões afetadas, sendo Corumbá, em Mato Grosso do Sul, uma das mais atingidas. O Pantanal, ao longo dos últimos 39 anos, viu cerca de 9 milhões de hectares serem consumidos pelas chamas, representando mais da metade de seu território.
Uma pesquisa da MapBiomas revelou que o Pantanal é o bioma mais afetado por queimadas no Brasil, sendo necessário um pacto entre o Ministério do Meio Ambiente e os estados que compõem a região para implementar medidas de prevenção e combate a incêndios. A suspensão das autorizações de queima durante o período seco é uma das propostas do pacto, visando conter a destruição do ecossistema.
Diante desse cenário alarmante, a atuação conjunta do governo e da sociedade civil se faz fundamental para proteger o Pantanal e garantir a preservação desse patrimônio natural tão importante para o Brasil e para o mundo. É preciso agir com urgência para mitigar os danos causados pelo fogo e promover a recuperação desse delicado ecossistema antes que seja tarde demais.
Com informações da EBC
Fotos: © Joédson Alves/Agência Brasil / EBC