As mulheres das etnias Timbira e Xavante protagonizaram mais uma edição da Corrida de Toras em Defesa do Cerrado neste domingo, em Brasília. O evento, que ocorre há mais de duas décadas, foi realizado em meio a protestos contra o marco temporal e os incêndios que afetam as florestas brasileiras.
A corrida, que simboliza um manifesto político-cultural em defesa do cerrado e dos direitos dos povos indígenas, aconteceu na Asa Norte de Brasília e foi vencida pelas timbiras este ano. O percurso de revezamento entre os Timbira e os Xavante, que costuma durar cerca de cinco minutos, foi marcado pela força e resistência das mulheres, que carregavam toras de buriti, uma palmeira sagrada para diversos povos indígenas, pesando quase 100 quilos cada.
Os guerreiros das duas etnias, pintados nas cores tradicionais para espantar os maus espíritos, passavam as toras de indígena para indígena no esquema de revezamento. O objetivo do evento é chamar a atenção para o crescimento de plantações e pastagens ao redor das reservas indígenas no cerrado, que é essencial para a preservação das nascentes de oito das 12 principais bacias hidrográficas do Brasil.
Apesar de não haver um vencedor declarado, as mulheres timbiras chegaram na frente este ano. No entanto, os organizadores destacam que o mais importante é o simbolismo da corrida, que visa alertar para a importância da defesa do cerrado e dos territórios indígenas. Essas populações, de acordo com a Funai, estão distribuídas nos estados de Tocantins, Maranhão, Pará e Mato Grosso.
O evento também foi um ato de resistência contra as ameaças ambientais e legais que pairam sobre os povos indígenas e o cerrado brasileiro. A corrida de toras é uma tradição mantida ao longo dos anos e reforça a luta dessas comunidades pela preservação de suas terras e pela proteção do meio ambiente.
Com informações da EBC
Fotos: © Agência Brasil / EBC