O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou preocupação com a inflação dos alimentos devido à prolongada seca que assola o país. Em declaração nesta quarta-feira (11), ele ressaltou que os efeitos do clima sobre os preços não podem ser combatidos apenas por meio do aumento dos juros pelo Banco Central (BC). Haddad destacou que está acompanhando de perto a situação climática e os impactos dos preços dos alimentos e da energia.
Diante desse cenário, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reunirá na próxima semana para definir a Taxa Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano. Com as pressões inflacionárias decorrentes da alta do dólar e do aquecimento do mercado de trabalho, analistas financeiros preveem um aumento de 0,25 na Selic na próxima reunião do Copom. O ministro reforçou que o Banco Central conta com um quadro técnico consistente para tomar a melhor decisão.
Além disso, Haddad anunciou que o Ministério da Fazenda está revendo a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para acima de 3% em 2024. Segundo ele, o resultado de 1,4% de avanço registrado no segundo trimestre deste ano superou as expectativas do mercado, sinalizando um cenário econômico mais otimista. O crescimento real do PIB em relação ao mesmo período do ano anterior também foi positivo, atingindo 3,3%.
O ministro ressaltou a importância de aguardar as decisões do Copom na próxima reunião, que será a primeira sob a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central no próximo ano. Apesar da inflação oficial ter registrado deflação em agosto devido à queda no preço da energia, as expectativas apontam para uma possível pressão inflacionária nos próximos meses devido à bandeira vermelha na conta de luz. Toda a conjuntura econômica atual demonstra a necessidade de um acompanhamento técnico consistente para garantir a estabilidade e o crescimento sustentável da economia brasileira.
Com informações da EBC
Fotos: © Marcelo Camargo/Agência Brasil / EBC