O desenvolvimento do Plano Nacional de Logística (PNL) 2050 está em evolução, focando na necessidade de aprimorar a infraestrutura logística do Brasil. Recentemente, a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, foi palco de importantes discussões sobre esse tema, reunindo especialistas e representantes do setor.
A Malha Sul do país é considerada essencial para o crescimento econômico da região e demanda modernizações significativas e novos modelos de financiamento para que possa se tornar competitiva. A diretora de Obras e Projetos da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário, Maryane Figueiredo, enfatizou a relevância de recuperar trechos afetados por desastres naturais e desenvolver projetos que atraiam mais investimentos e integrem a ferrovia a outros modais de transporte.
O Rio Grande do Sul, que em 2024 sofreu uma das maiores crises climáticas de sua história, gerou uma mobilização rápida por parte do Ministério dos Transportes. Quase R$3 bilhões foram alocados para a reconstrução de rodovias, pontes e a criação de corredores para garantir a mobilidade das comunidades afetadas.
Um dos pontos destacados por Jorge Bastos, diretor-presente da Infra S.A., é a importância de uma abordagem integrada para a infraestrutura, promovendo a intermodalidade. O objetivo é desenvolver soluções que possam reduzir os custos logísticos e aumentar a competitividade no mercado global, criando uma referência sólida para a infraestrutura nacional nos próximos 25 anos.
O estado, que representa cerca de 6% do PIB brasileiro, conta com uma economia diversificada, onde os setores agropecuário, industrial e de serviços se destacam. No segundo trimestre de 2025, as exportações do agronegócio gaúcho totalizaram US$3,1 bilhões, correspondendo a 66,7% das vendas externas do estado. Esse dinamismo econômica está intimamente ligado a corredores logísticos importantes, como a BR-116, que liga Porto Alegre a outras regiões do país, e a BR-290, essencial para o acesso ao litoral e ao Oeste.
A proposta por uma nova ferrovia que conecte o Porto do Rio Grande à região Norte do estado foi levantada como uma alternativa promissora para melhorar a eficiência logística. Ricardo Portella, vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, mencionou a possibilidade de a malha ferroviária antiga ser utilizada em trechos menores ou para fins turísticos, enquanto uma nova estrutura serviria como a principal via de transporte.
A construção do PNL 2050 é um trabalho colaborativo, envolvendo diversos órgãos do Executivo, com uma abordagem que busca identificar e resolver gargalos na rede logística nacional. O projeto também inclui uma análise regionalizada, visando reduzir desigualdades e melhorar a competitividade das áreas com maior potencial exportador.
Os debates sobre o plano já aconteceram em lugares como Brasília e São Paulo, e mais cidades brasileiras devem ser incluídas até o final do ano. Essa interação com a sociedade civil e o setor produtivo é vista como uma etapa valiosa no desenvolvimento de um plano que atenda de maneira eficaz às necessidades logísticas do país.
O PNL 2050 faz parte do Planejamento Integrado de Transportes, instituído pelo Decreto nº 12.022/2024, que propõe uma organização mais eficiente dos planos estratégicos e operacionais da área de transporte.
Com informações e Fotos do Ministério dos Transportes
