Na última segunda-feira, muitos candidatos e professores dedicaram seus dias à análise das provas do Concurso Unificado, que foram realizadas no domingo anterior, mobilizando mais de 1 milhão de pessoas em todo o país. Enquanto aguardavam ansiosamente a divulgação dos gabaritos oficiais preliminares, previstos para a terça-feira seguinte, o assunto tomou conta das redes sociais e gerou uma série de comentários e reflexões.
Diversos participantes compartilharam suas percepções sobre as questões abordadas nas provas. A advogada e criadora de conteúdo digital, Rebeca Velozo, por exemplo, fez o exame em Recife e destacou a abordagem mais contextual e conceitual das questões, em contraste com a memorização pura e simples. Segundo ela, o objetivo do concurso era selecionar candidatos capazes de compreender e aplicar conhecimentos, em vez de apenas reproduzi-los de forma mecânica.
A jornalista Raquel Monteath, também submetida ao bloco temático 7, elogiou a elaboração das provas, apesar de considerá-las cansativas. Em particular, destacou a redação sobre a situação do preso no sistema prisional e a atuação do agente penitenciário como um tema relevante e atual. No entanto, ressaltou a dificuldade de retomar o foco após o almoço, em meio ao caos do trânsito da região.
Já a sanitarista Laís Relvas, que participou pela primeira vez de um concurso público, elogiou a prova como extremamente interessante e alinhada com os ideais de um servidor comprometido com a transformação social e os direitos humanos. No entanto, destacou a necessidade de mais tempo para a parte discursiva, indicando um desafio pessoal na gestão do tempo durante a realização da prova.
Por outro lado, a assessora de imprensa Lídia Maia, apesar de considerar a prova bem técnica, apontou a exaustão gerada pelo formato extenso e complexo do exame. Com o foco já direcionado para outros concursos, como os do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aconteceriam em dezembro, Lídia pretende redirecionar seus esforços para novas oportunidades.
O professor Eduardo Cambuy, especializado em português e administração, destacou a abordagem inovadora das questões do concurso, que exigiram não apenas conhecimento, mas também capacidade de interpretação e contextualização. A falta de questões de língua portuguesa foi apontada como uma decisão acertada, focando mais nos aspectos temáticos e relevantes para os cargos em questão.
Por fim, a alta taxa de abstenção, superior a 50%, foi atribuída à demora na realização do concurso, que foi adiado em função das condições climáticas no Rio Grande do Sul. Eduardo ressaltou a importância de aprimorar aspectos como o tempo de duração das provas, a distribuição dos temas cobrados e a comunicação eficaz com os candidatos, visando evitar mudanças repentinas nas regras do jogo. Em meio a esse cenário, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos anunciou a eliminação dos candidatos que não realizaram corretamente a identificação de seus cartões de respostas, evidenciando a importância do cumprimento detalhado das instruções do concurso.
Com mais de 2,1 milhões de inscritos, o Concurso Público Nacional Unificado se destacou como uma oportunidade única para diversos candidatos em todo o país. Após as provas iniciais, os participantes aguardavam pelos resultados definitivos, previstos para novembro, e a possibilidade de convocação para a posse e realização de cursos de formação a partir de janeiro de 2025. Para muitos candidatos, essa jornada representou não apenas a busca por uma vaga no serviço público, mas também um desafio pessoal e profissional em meio a um cenário de concorrência acirrada e expectativas elevadas.
Com informações da EBC
Fotos: © Tânia Rêgo/Agência Brasil / EBC