Metade das malformações vasculares é diagnosticada de maneira incorreta, o que pode acarretar atrasos no tratamento apropriado e expor os pacientes a riscos desnecessários. A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular-Regional São Paulo (Sbacv-SP) ressalta a importância de uma avaliação precisa desses casos, que fazem parte de um grupo diversificado de doenças subdivididas em tumores e malformações vasculares. Estima-se que as malformações vasculares afetem cerca de 1% da população, enquanto os hemangiomas atingem de 4% a 5% dos recém-nascidos.
É fundamental reconhecer que as anomalias vasculares são frequentemente mal compreendidas devido à falta de abordagem durante a formação acadêmica na área da saúde. Isso pode levar a diagnósticos equivocados por parte de profissionais e até do público leigo, que costuma rotular qualquer mancha avermelhada como hemangioma. No entanto, a diferenciação entre hemangiomas e malformações vasculares é crucial, pois apresentam características, evoluções e tratamentos distintos.
Enquanto os hemangiomas são tumores benignos comuns na infância que tendem a crescer rapidamente nos primeiros meses de vida e regredir até o primeiro ano, as malformações vasculares são estruturas malformadas que se desenvolvem no período embrionário e acompanham o indivíduo ao longo da vida. Ainda que os hemangiomas possam apresentar complicações em uma pequena porcentagem de casos, as malformações vasculares são mais propensas a causar problemas mais graves, como infecções, sangramentos, tromboembolismos venosos e prejuízos na locomoção.
O diagnóstico correto é crucial não apenas para o início do tratamento adequado, mas também para educar a família e o paciente sobre a condição. Muitos pacientes acabam passando por tratamentos inapropriados devido a diagnósticos equivocados, resultando em complicações severas. Por isso, é essencial que a avaliação dos casos seja feita por profissionais capacitados e especializados na área vascular. Os tratamentos podem variar desde o acompanhamento clínico até intervenções cirúrgicas, embolizações, medicações específicas e fisioterapia, dependendo do tipo de lesão e dos sintomas apresentados.
Por fim, é importante ressaltar que a maioria das malformações vasculares é causada por mutações genéticas que afetam o desenvolvimento adequado dos vasos sanguíneos e linfáticos, enquanto a causa exata dos hemangiomas infantis ainda não é completamente compreendida. Os tratamentos visam controlar o crescimento dos hemangiomas e reduzir os sintomas associados às malformações, levando em consideração a gravidade de cada caso e as necessidades individuais de cada paciente. Uma abordagem multidisciplinar e personalizada é essencial para garantir o melhor resultado e qualidade de vida para os pacientes com essas condições vasculares complexas.
Com informações da EBC
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