Líderes afrodescendentes estão clamando por uma maior inclusão nas discussões que envolvem a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas, a COP30, que ocorrerá no Brasil. Esses representantes enfatizam que a participação de comunidades negras e indígenas é essencial para que se alcançam soluções efetivas e justas para os desafios climáticos enfrentados globalmente.
Durante um encontro promovido por um grupo de ONGs e instituições da sociedade civil, essas lideranças reiteraram que as vozes das populações historicamente marginalizadas devem ser ouvidas e consideradas nas deliberações climáticas. Elas argumentam que essas comunidades não apenas são frequentemente as mais afetadas pelos impactos das mudanças climáticas, como também possuem conhecimentos valiosos que podem contribuir significativamente para a formulação de políticas ambientais mais eficazes.
O apelo por uma representação mais equitativa na COP30 se insere em um contexto histórico de exclusão. Apesar de suas contribuições essenciais, as comunidades afrodescendentes têm enfrentado barreiras significativas em processos decisórios relacionados ao meio ambiente. Essa exclusão não apenas perpetua desigualdades, mas também limita a eficácia das iniciativas de combate às mudanças climáticas, que necessitam de uma abordagem abrangente e inclusiva.
Em suas manifestações, os líderes destacaram ainda a importância de construir plataformas que garantam a participação ativa da sociedade civil, especialmente das comunidades mais vulneráveis. Acreditam que a diversidade de experiências e conhecimentos deve ser um pilar na busca por soluções sustentáveis e justas. Uma maior consideração das questões sociais nas políticas ambientais é fundamental para garantir que as estratégias climáticas sejam justas e eficazes para todos.
Os representantes também enfatizaram que a luta contra as mudanças climáticas está intrinsicamente ligada à justiça social. Portanto, a inclusão efetiva de vozes afrodescendentes não deve ser vista apenas como uma questão de representatividade, mas como uma necessidade estratégica para o desenvolvimento de ações que enfrentem os desafios climáticos de maneira holística. A COP30, nesse sentido, deve ser uma oportunidade não apenas para discutir soluções, mas também para transformar estruturas de poder, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas e respeitadas.
Com informações da EBC
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