A transmissão da abertura da Olimpíada de Paris atraiu uma grande quantidade de pessoas para a fanfest do Parque Villa-Lobos, na tarde desta sexta-feira (26), em São Paulo. Sentados em bancos, no gramado, em cangas ou nas arquibancadas, o público presente na fanfest ficou animado ao ver os atletas brasileiros navegando pelo rio Sena nos sete mega-telões.
Pela primeira vez na história, a abertura dos Jogos Olímpicos ocorreu fora de um estádio. Em Paris, as apresentações musicais e artísticas foram realizadas nas ruas, edifícios e até nos telhados da capital francesa, às margens do Rio Sena. De maneira inovadora, as comitivas de atletas e delegações desfilaram em barcos.
Essa novidade dividiu opiniões nas redes sociais e também na fanfest. A maioria das pessoas entrevistadas pela reportagem da Agência Brasil aprovou a inovação trazida pela França, porém, houve quem achou tudo “muito estranho”.
“Achei essa abertura diferente, as músicas meio chatas no início. Essa coisa dos barcos foi interessante, mas não está muito empolgante. Está meio cansativa”, disse Alessandra Caetano Soares, servidora pública do Rio Grande do Sul.
Ela considerou interessante que a abertura tenha sido realizada fora do estádio, mas ainda assim, achou estranho o formato escolhido por Paris. “É legal ser feito ao ar livre porque, assim, tem uma participação do público muito maior. No entanto, foi diferente, estranho. A gente estranha quando as coisas mudam, né?”, comentou.
Já a médica Amanda Félix Santos também achou o formato diferente, mas aprovou o evento. “É um evento bem diferente. Antes costumava ser em estádios, mas eu estou achando legal. Para quem está assistindo de fora, fica bem bacana. Imagino que, para quem estava lá, deve ter sido um pouco mais monótono mesmo, mas para quem está assistindo de fora está bem bacana”, disse ela.
O engenheiro de computação e ex-atleta Eliel Alencar gostou da abertura, principalmente pela diversidade. “Vim aqui na fanfest prestigiar [a cerimônia] também como ex-atleta. Essa é uma celebração de todos os esportes e da união das pessoas não somente por meio do esporte. E essa Olimpíada, em especial, traz cultura, diversidade e representatividade. Eu acho que a cultura francesa nos mostra que uma Olimpíada – e toda sua infraestrutura – pode ser feita em qualquer lugar. Seja com toda uma estrutura técnica de filmagem ou em um ambiente aberto, com a natureza participando, que é a demonstração do que está acontecendo. A chuva que caiu hoje sobre Paris não atrapalhou em nada, pelo contrário, ela veio para abrilhantar ainda mais [o evento]”, afirmou.
O contador Anderson Rodrigues, que sempre foi fã das Olimpíadas, também aprovou o novo formato. “É bem diferente. Há mais de 100 anos que é feito tradicionalmente dentro de um estádio, um estádio olímpico, mas agora a França quebrou esse protocolo e está fazendo no Rio Sena. Estou gostando bastante, é bem diferente do que a gente está acostumado da forma tradicional. Vai ficar marcado na história, com certeza”, disse ele.
Rodrigues também elogiou a escolha dos dois porta-bandeiras do Brasil: Isaquias Queiroz (canoagem) e Raquel Kocchann (rugby de sete). “Achei bem bacana incentivar a vida, com a Raquel [que enfrentou um câncer]. E o Isaquias Queiroz também, isso está enaltecendo todos os feitos que ele já fez”, comentou.
Em relação às expectativas de conquistas de medalhas, os participantes da fanfest estão confiantes no desempenho dos atletas brasileiros em Paris. Todos esperam ótimas performances e resultados positivos.
“Eu acho que no skate, a Raíssa [Leal] vai mandar bem. Na ginástica artística também. Eu gosto muito da natação, mas eu não tenho acompanhado como está o pessoal. E, infelizmente, o futebol masculino ficou de fora”, comentou Alessandra Caetano Soares.
A médica Amanda Félix Santos aposta em uma medalha para a ginasta Rebeca Andrade. “Acho que ela vai arrasar”, disse. Ela também espera por um bom desempenho das meninas da ginástica rítmica. “Parece que elas estão bem fortes”, concluiu.
O ex-atleta Eliel Alencar aguarda ansiosamente pelo desempenho na natação. “O Brasil vai chegar com tudo na natação, que eu sou muito fã. Sou ex-atleta de natação, então sou suspeito. Vamos lá, Brasil!”, afirmou.
Anderson Rodrigues traçou um panorama sobre os atletas que ele acredita terem mais chances de conquistar medalhas em Paris. “As minhas expectativas são as melhores. Os esportes que mais gosto de acompanhar são o vôlei. Então, estou na expectativa do vôlei feminino se tornar tricampeão olímpico. No masculino, eles não estão tão bem, mas espero que cheguem à final. Gosto do tênis de mesa também e estou torcendo para que o Hugo Calderano chegue na semifinal e consiga uma medalha. No judô, gosto bastante, da Mayra [Aguiar], do Daniel [Cargnin] e do Baby [Rafael Silva]. Estou na expectativa de muitas medalhas. E tem também a Rebeca Andrade. Espero que ela consiga ser bicampeã olímpica no salto. E tem a Raíssa [do skate], que terá uma competição acirrada com as três japonesas, mas ela conquistará o ouro, com certeza”, finalizou.
Com informações da EBC
Fotos: © Paulo Pinto/Agência Brasil / EBC