A energia solar tem se consolidado como uma fonte significativa na matriz energética do Brasil, respondendo atualmente por cerca de 22% do total. Contudo, sua eficácia enfrenta desafios, sobretudo em horários de pico, que ocorrem entre 18h e 21h. Durante esses períodos, a capacidade das hidrelétricas é testada ao máximo, uma vez que a energia solar não está disponível. Isso gera um risco notável de sobrecarga no sistema elétrico e, potencialmente, apagões.
Diante desse cenário, a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) defende a possibilidade de reintrodução do horário de verão, uma medida que foi descontinuada em 2019. A organização sugere que essa alternativa poderia aliviar a pressão no sistema elétrico, melhorando a eficiência no consumo de energia. O presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci, argumenta que a iniciativa é uma solução econômica e prática, pois desloca o consumo de energia para momentos em que ainda há luz natural, reduzindo a pressão sobre as hidrelétricas e gerando benefícios sociais.
Além de mitigar riscos energéticos, a adoção do horário de verão poderia fomentar a economia, especialmente em setores como bares e restaurantes. Estudos indicam que o movimento de clientes nesse período pode aumentar em até 50%, resultando em um impacto positivo no faturamento mensal, que pode variar entre 10% e 15%. Esse crescimento é respaldado por dados de entidades de lojistas de diferentes regiões, que observaram melhorias significativas no comércio, como um aumento estimado de 4% nas vendas em lojas de rua.
Além do incremento nas vendas, a reintrodução do horário de verão pode também trazer benefícios indiretos. Com mais luz natural, as ruas se tornam mais seguras, incentivando o lazer e a circulação de pessoas, o que é especialmente importante nas mudanças que o Brasil enfrenta em seu cenário energético. Com bandeiras tarifárias vermelhas e indícios de déficit de potência previstos para os próximos meses, Solmucci ressalta a necessidade de uma abordagem proativa frente aos desafios que o país enfrenta.
Em resumo, a discussão sobre o horário de verão vai além da simples mudança de horário. Trata-se de uma estratégia que pode equilibrar o sistema elétrico do país, promover crescimento econômico e oferecer mais segurança e qualidade de vida à população. A urgência em lidar com essas questões energéticas e sociais coloca a reavaliação do horário de verão em uma posição central nas políticas públicas do Brasil.
Com informações e fotos da Abrasel/BR