O governo federal está empenhado em implementar um centro de informações integrado para as forças policiais regionais, com o intuito de facilitar o intercâmbio de dados entre os estados, Receita Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A proposta foi revelada pelo secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, durante um seminário realizado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), no qual ele ressaltou a importância da inteligência para o sucesso das ações de segurança pública.
Sarrubbo enfatizou a necessidade de abordar a segurança pública de forma integrada e horizontal, visando mais transparência e eficácia nas atividades policiais em todo o território nacional. Ele destacou a importância de unir as forças policiais em um sistema integrado com governança segura para dificultar as atividades criminosas. O centro de informações proposto pretende ser um importante instrumento nesse sentido, permitindo o compartilhamento de dados cruciais para a prevenção e combate à criminalidade.
O seminário, intitulado “Segurança Pública e Democracia”, reuniu diversas autoridades, especialistas e pesquisadores para discutir a segurança pública em um contexto democrático. Um dos pontos abordados foi a relação entre segurança pública e populismo autoritário, com o professor de Direito e jurista Gabriel Chalita ressaltando a necessidade de um debate mais profundo sobre as questões que envolvem a violência e a criminalidade.
Chalita defendeu uma abordagem mais ampla e interdisciplinar para a segurança pública, que considere não apenas o papel das forças policiais, mas também questões educacionais, sociais e de saúde. Ele alertou para os perigos dos discursos simplistas e populistas no âmbito da segurança pública, destacando a importância de políticas mais abrangentes e de longo prazo para enfrentar efetivamente a violência.
Por sua vez, o ex-ouvidor das Polícias e ex-secretário de Segurança Pública de Diadema, Benedito Mariano, ressaltou a necessidade de reformas amplas no sistema de segurança pública brasileiro, argumentando que a transição democrática do país não priorizou a construção de uma segurança pública democrática. Ele enfatizou a importância do diálogo com os profissionais de segurança pública e a transversalidade das políticas sociais para garantir uma segurança efetiva e inclusiva para toda a população.
Diante das complexidades e desafios que envolvem a segurança pública no Brasil, fica evidente a necessidade de um debate mais amplo, inclusivo e abrangente sobre o tema. A integração de informações e a cooperação entre os diversos atores envolvidos são fundamentais para o avanço na construção de políticas de segurança mais eficazes e democráticas. A busca por soluções integradas, que considerem não apenas a repressão, mas também a prevenção e a promoção de direitos, é essencial para garantir a segurança e o bem-estar de toda a sociedade.
Com informações da EBC
Fotos: © Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil / EBC