O aperfeiçoamento do Plano Nacional de Logística (PNL) 2050 está ganhando destaque nas discussões sobre a infraestrutura logística do Nordeste. Recentemente, diversas autoridades, especialistas e representantes do setor produtivo reuniram-se em Fortaleza, Ceará, com o foco em identificar gargalos e desenvolver propostas que elevem a competitividade regional.
Um dos objetivos centrais do Ministério dos Transportes é incrementar a participação do modal ferroviário no transporte de cargas. Para isso, a renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) foi uma das iniciativas destacadas. Essa medida é vista como crucial para sustentar as indústrias já estabelecidas na região e incentivar novas que desejem iniciar operações ali.
O Nordeste, que abriga cerca de 27% da população brasileira e abrange nove estados, tem demonstrado crescimento econômico significativo, com um PIB estimado em 3,8% para 2024, superando a média nacional de 3,5%. Porém, sua participação na economia nacional permanece em torno de 14% nas últimas duas décadas, evidenciando a urgência de avanços na infraestrutura para fomentar o progresso local.
As principais rotas logísticas, como as rodovias BR-101 e BR-116, ainda apresentam limitações críticas, afetando a eficácia do escoamento de cargas. A escassez de conexões ferroviárias, juntamente com a necessidade de modernização da malha rodoviária, são desafios identificados nas discussões recentes, levando a um compromisso com investimentos para melhorar esses modais.
O PNL 2050 aponta uma abordagem inovadora para a infraestrutura, com ênfase na manutenção e na descarbonização. Isso é facilitado por ferramentas de acompanhamento e governança que o plano oferece, ampliando o potencial de transformação do setor logístico.
Um dos projetos mais significativos em andamento é a ferrovia Transnordestina, que terá 1,2 mil quilômetros de extensão e envolverá um investimento total de R$ 14,9 bilhões. A ferrovia conectará Eliseu Martins, no Piauí, ao Porto do Pecém, no Ceará, com um ramal até Suape, em Pernambuco, passando por 53 municípios. Espera-se que essa infraestrutura reduza custos logísticos e amplie o escoamento de grãos, minérios e produtos da indústria.
Após desafios contratuais que atrasaram sua execução desde 2006, a Transnordestina ganhou impulso com o novo ciclo de investimentos em infraestrutura. Desde 2022, a responsabilidade do trecho entre Salgueiro (PE) e Suape (PE) está sob a Infra S.A., enquanto a Transnordestina Logística S.A. foca na finalização do eixo que liga o Piauí ao Ceará. A previsão é que a operação inicial ocorra em 2025, no trecho de 580 quilômetros que interliga Bela Vista (PI) a Iguatu (CE).
O PNL 2050 está sendo elaborado com a colaboração de diversas entidades e da sociedade civil, com o intuito de mapear limitações logísticas e promover a equidade regional. Os debates sobre logística já aconteceram em várias capitais brasileiras, reforçando a importância da participação da sociedade no planejamento estratégico, que está integrado ao Planejamento Integrado de Transportes (PIT), visando uma matriz de transportes mais eficiente e sustentável. Até o final de 2025, novas capitais brasileiras receberão os ciclos de discussões sobre logística.
Com informações e Fotos do Ministério dos Transportes