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Festival Latinidades promove debates sobre desafios ambientais junto a comunidade quilombola em Goiás.

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No coração de Goiás, a comunidade quilombola Mesquita, localizada em Cidade Ocidental, enfrenta desafios socioambientais que ameaçam a sua produção e qualidade de vida. Em meio a essa realidade, a agricultora Elpídia Pereira, aos 74 anos, contempla a mangueira que plantou há cinco décadas e recorda de um passado marcado por chuvas abundantes. Ela se preocupa com o uso de agrotóxicos nas terras vizinhas e clama pela titulação das terras da comunidade.

Recentemente, o Festival Latinidades promoveu uma roda de conversa no quilombo Mesquita para discutir os desafios atuais que afligem os quilombolas. Com uma história de 278 anos, a comunidade abriga mais de 700 famílias e busca o reconhecimento de seus direitos e modos de vida tradicionais. O evento, em sua 17ª edição, trouxe à tona temas como a justiça climática e o racismo ambiental, destacando a importância dos quilombolas como guardiões do amanhã.

Elpídia e outros moradores da comunidade expressam saudade de tempos passados, em que a fartura da terra supria suas necessidades. Atualmente, buscam formas de manter a tradição agrícola e resistir às pressões externas, como a entrada de alimentos industrializados. Liderada por Sandra Pereira, a comunidade luta pela titulação de suas terras, fundamentais para sua segurança e sustento.

A necessidade de regularização fundiária é um tema recorrente na comunidade, que aguarda há 18 anos pelo reconhecimento oficial de suas terras. Sandra Pereira destaca a importância da titulação para a preservação do modo de vida quilombola e a proteção da comunidade contra invasões e ameaças externas. A luta pela titulação é também uma questão de justiça e equidade, garantindo aos quilombolas o direito de permanecer em suas terras ancestrais.

Os jovens da comunidade, como Walisson Braga e Danuza Lisboa, buscam formas de revitalizar a tradição agrícola quilombola, combinando saberes ancestrais com conhecimentos contemporâneos. Enquanto Walisson utiliza a tecnologia para preservar a memória e a cultura de seu povo, Danuza se dedica a estudar o cultivo de frutas e hortaliças, adaptando-se às mudanças climáticas e buscando formas sustentáveis de produção.

O Festival Latinidades e autoridades governamentais, como Paula Balduino, da Ministério da Igualdade Racial, destacam a importância da regularização fundiária para as comunidades quilombolas em todo o Brasil. A busca por soluções e o diálogo entre comunidades e órgãos governamentais são fundamentais para garantir a preservação dos territórios tradicionais e a promoção da equidade e justiça social. A luta dos quilombolas Mesquita é um exemplo inspirador de resistência e perseverança em meio a desafios socioambientais.

Com informações da EBC
Fotos: © Marcelo Camargo/Agência Brasil / EBC

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