Em um movimento destinado a impulsionar a infraestrutura de transportes, visando a reindustrialização e a descarbonização, ocorreu, nesta quarta-feira (10), em Brasília, o seminário Logística Verde. O encontro deu ênfase ao papel crucial das ferrovias na logística nacional. O foco nas ferrovias reflete um entendimento crescente sobre a necessidade de diversificar e fortalecer este segmento, que tem se mostrado promissor no potencial de transporte sustentável.
Um dos projetos emblemáticos discutidos foi a Transnordestina, uma ferrovia em construção que se estende por estados como Ceará, Pernambuco e Piauí, com investimentos totalizando cerca de R$ 15 bilhões. Com 66% da obra concluída, a Transnordestina conta com uma capacidade projetada para transportar até 30 milhões de toneladas anuais de produtos como grãos e combustíveis. A conclusão da primeira fase está prevista para dezembro de 2027, o que representa um passo significativo no desenvolvimento da infraestrutura ferroviária do Brasil.
O seminário também abordou a necessidade de expandir os investimentos em ferrovias, uma vez que esse modal ainda ocupa uma porcentagem pequena dentro da matriz de transportes do país. Especialistas apontam que a diversificação das cargas transportadas é fundamental para maximizar o potencial ferroviário. As ferrovias têm um papel vital na redução das emissões de carbono, especialmente quando comparadas a modais mais poluentes, como o rodoviário, que é responsável por uma parte significativa das emissões de CO₂.
Além disso, foram discutidas as possibilidades de concessões e leilões de rodovias e a necessidade de aplicar soluções semelhantes para o setor ferroviário. A realização de leilões já tem mostrado resultados promissores, com um total de 16 leilões realizados nos últimos dois anos e meio, e uma previsão para mais 14 ou 15 até o fim do ano. A ampliação das concessões ferroviárias poderá viabilizar novos projetos e fortalecer a logística no país.
O setor de transportes também foi colocado na agenda de financiamento verde, dado que as ferrovias têm potencial significativo para atrair recursos a partir de taxonomia ambiental. Com iniciativas como a operação de trens intercidades com biocombustíveis à vista, o futuro parece promissor.
O avanço na infraestrutura de transportes é imprescindível para melhorar a competitividade econômica e facilitar a transição para uma economia mais sustentável. Segundo estudos, o Brasil pode reduzir suas emissões de carbono no transporte em até 70% até 2050, desde que se mantenham investimentos contínuos e estímulos apropriados. As estratégias em desenvolvimento visam aumentar a participação ferroviária no transporte de cargas e modernizar as concessões existentes, além de preparar novos leilões para a expansão da rede ferroviária.
Entre os principais projetos em andamento estão a Ferrovia de Integração Centro-Oeste e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, ambas com progresso significativo. Há também estudos em curso para viabilizar trechos ferroviários que possam atender ao transporte de passageiros. Essas iniciativas visam não só aperfeiçoar a logística, mas também aumentar a eficiência energética dos transportes no país. A expectativa é que algumas dessas medidas avancem para discussões públicas no futuro próximo, contribuindo para um futuro mais sustentável e integrado.
Com informações e Fotos do Ministério dos Transportes