A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) declarou seu apoio à decisão de anulação do leilão público para a compra de arroz importado, argumentando que não há necessidade de recorrer à importação para suprir o mercado interno. O presidente da entidadade, Alexandre Velho, destacou que a importação de arroz subvencionado pelo governo poderia desestimular os produtores nacionais e aumentar a dependência externa do produto.
Ao conceder um preço subsidiado para a importação de arroz, o governo estaria prejudicando os produtores nacionais que fornecem um produto de alta qualidade a preços superiores aos praticados no exterior. Velho ressaltou que os produtores brasileiros não têm capacidade de produzir arroz para vender a R$ 4 o quilo, como prometido pelo governo.
A área plantada de arroz no Brasil aumentou no ano corrente e, apesar de uma quebra na safra no Rio Grande do Sul, que afetou cerca de 15% das plantações, a produção nacional deve atingir cerca de 10,5 milhões de toneladas, um aumento de 2% em relação a 2023. Além disso, a redução das exportações permitirá manter a oferta interna.
A Federação programou uma reunião para discutir a posição unânime do setor produtivo em relação à decisão do governo. O presidente da Conab, Edegar Pretto, determinou uma averiguação do leilão de arroz pela Corregedoria-Geral da estatal para garantir a transparência do processo e assegurar a aplicação correta dos recursos públicos.
Por fim, o Ministério da Agricultura e Pecuária reiterou que o objetivo do leilão é manter a política de estoques reguladores para evitar especulações de preços, especialmente diante das dificuldades enfrentadas pelos produtores gaúchos após as recentes adversidades climáticas. Um novo processo de compra está planejado, porém ainda sem data definida.
Com informações da EBC
Fotos: © Marcello Casal JrAgência Brasil / EBC