A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) decidiu, por meio de uma deliberação do Conselho da Unidade, encerrar um acordo de cooperação acadêmica que mantinha com a Universidade de Haifa, situada em Israel. A decisão foi unânime e se deu em decorrência de um forte movimento dentro da própria comunidade acadêmica, que se manifestou contrária ao convênio.
O rompimento desse convênio tem suas raízes em um contexto mais amplo de discussões sobre questões de ética e direitos humanos, especialmente referentes à situação do povo palestino. Um grupo significativo de docentes e discentes argumentou que a manutenção do acordo com a instituição israelense contraria os princípios de justiça e solidariedade com a causa palestina, o que gerou debates acalorados e mobilizações em prol da revisão das práticas institucionais da universidade.
A FFLCH-USP havia estabelecido laços de cooperação com a universidade israelense há alguns anos, com a intenção de fomentar o intercâmbio cultural e acadêmico, bem como a pesquisa conjunta em áreas diversas. No entanto, a polarização de opiniões sobre a situação política na região da Palestina, e a crescente pressão para que instituições educacionais adotem posturas mais éticas em relação a esse tema, levaram à revisão de parcerias anteriormente consideradas benéficas.
A deliberação do Conselho da FFLCH não é isolada; ela reflete um movimento mais amplo que está sendo observado em várias universidades pelo mundo, onde questões de responsabilidade social e ética estão colocando em xeque colaborações que possam ser entendidas como coniventes ou legitimadoras de práticas injustas.
Os desdobramentos dessa decisão ainda precisam ser observados, mas é certo que esse passo representa uma mudança significativa na política externa das instituições acadêmicas brasileiras, colocando o compromisso com os direitos humanos como prioridade. A luta por uma academia que se alinhe a valores de equidade e justiça está longe de ser uma pauta apenas local; trata-se de um movimento global que procura reimaginar as relações internacionais sob a luz da solidariedade e do respeito mútuo.
Com informações da EBC
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