O Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói) está abrindo neste sábado a exposição fotográfica intitulada Yvy Marãey – A Terra sem Males, que tem como tema central a busca ancestral do povo indígena guarani pela terra sem males. A mostra conta com 38 fotografias capturadas pelo cineasta e fotógrafo Daniel Sul, que retratam a cultura e a mitologia do grupo Guarani Mbya. Esse grupo está localizado na Aldeia Mata Verde Bonita, no município de Maricá, situado na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Com duração prevista até o dia 4 de agosto, a exposição é promovida pelo Instituto Terra Verde, uma organização não governamental (ONG) que tem como foco a proteção dos povos indígenas, por meio de atividades culturais, etnoturismo, segurança alimentar, entre outras ações.
De acordo com o presidente do Instituto Terra Verde e produtor executivo da exposição, Leonardo Brandão, os indígenas do povo Guarani Mbya eram nômades em busca da terra sem males, uma busca presente em sua mitologia. Com a escassez de terras disponíveis, eles se estabeleceram em Maricá há 11 anos, fundando a Aldeia Mata Verde Bonita, que hoje abriga cerca de 200 pessoas, descendentes da pajé Lidia Neves, de 92 anos, sendo sua filha, Jurema, a cacica da aldeia.
Além de retratar a cultura e memória desse grupo indígena, a exposição destaca a importância da demarcação das terras guaranis em Maricá. Brandão ressalta a intenção de utilizar a cultura como meio de evidenciar a questão indígena, enfatizando a necessidade de demarcação das aldeias para preservação desse patrimônio.
Os guaranis são conhecidos por sua forte preservação das tradições e cultura. A aldeia possui uma casa de reza chamada Opy, onde são realizadas diversas atividades religiosas, como funerais, rituais de cura e bênçãos antes do plantio do milho. Eles se comunicam principalmente em guarani, apesar de aprenderem o português na escola.
A exposição será realizada na varanda externa do MAC Niterói, com uma abertura que contará com a apresentação do Coral Guarani da Aldeia Mata Verde Bonita. Durante a exposição, haverá rodas de conversa com moradores da aldeia, feira de artesanato e outras atividades. A entrada será gratuita para crianças menores de 7 anos, estudantes da rede pública, entre outros. Nos demais dias, haverá uma taxa de ingresso.
A mostra conta com o apoio de diversas entidades, como a Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, o Ministério da Cultura e a prefeitura de Niterói. A intenção é disseminar a cultura indígena e promover discussões sobre a preservação e demarcação de terras para esses povos.
Com informações da EBC
Fotos: © Daniel Sul/Instituto Terra Verde / EBC