Um recente estudo revelou os benefícios significativos dos exercícios físicos regulares em pacientes idosos em tratamento de câncer em estágio avançado. A pesquisa, realizada no Brasil e apresentada no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ACSO), acompanhou 41 pacientes idosos, com idade média de 70 anos, ao longo de 12 semanas. Durante o período do estudo, os participantes, diagnosticados com câncer de mama, geniturinário e pulmão, foram submetidos a um programa de atividades físicas que incluía exercícios de resistência e aeróbicos, totalizando de 3 a 5 horas semanais, distribuídas ao longo de 4 a 6 dias por semana.
Os resultados obtidos após a conclusão do programa foram bastante encorajadores. Houve uma redução significativa nos níveis de depressão e ansiedade dos pacientes, além de melhorias perceptíveis em seu estado físico geral, como a diminuição das dores, da fadiga e da náusea. Além disso, os exercícios mostraram-se eficazes na minimização dos efeitos adversos do tratamento do câncer. O Dr. Paulo Bergerot, oncologista do grupo Oncoclínicas&Co e coordenador do estudo, destacou a importância dos achados, ressaltando a necessidade de incentivar os pacientes, independentemente da idade ou do estágio da doença, a se manterem ativos e engajados em práticas de exercício físico, sempre com o acompanhamento e recomendação de um profissional de saúde.
Outro estudo apresentado no congresso abordou a relevância dos cuidados paliativos no tratamento de pacientes com câncer. Os cuidados paliativos visam aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes em situações de doenças avançadas e irreversíveis. A pesquisa, conduzida por Cecília Emerick Mendes, em um hospital na zona norte do Rio de Janeiro, revelou uma taxa de óbitos relativamente baixa entre os pacientes que receberam esse tipo de cuidado especializado. A maioria dos pacientes incluídos nos cuidados paliativos optou por um suporte não invasivo e exclusivo, demonstrando a importância de considerar as preferências e necessidades individuais de cada paciente no planejamento de seu cuidado e acompanhamento no final da vida.
Os estudos destacam a importância do acompanhamento multidisciplinar e personalizado dos pacientes com câncer, especialmente daqueles pertencentes à população idosa. A recomendação de atividade física regular, aliada aos cuidados paliativos, demonstrou não apenas benefícios físicos, mas também impactos positivos na saúde mental e emocional dos pacientes, contribuindo para uma abordagem mais holística e humanizada no tratamento oncológico. A quebra de paradigmas acerca do repouso absoluto durante o tratamento de câncer revela a evolução das práticas médicas em direção a um cuidado mais abrangente e centrado no bem-estar do paciente. Seguindo as orientações desses estudos, é possível promover uma abordagem mais integrativa e eficaz no cuidado e tratamento de pacientes idosos com câncer em estágios avançados.
Com informações da EBC
Fotos: © Marcelo Camargo/Agência Brasil / EBC