Um novo estudo revela uma preocupante estagnação nos avanços do saneamento básico no Brasil, cinco anos após a implementação do novo marco legal que prometia transformar esse cenário. Apesar das expectativas geradas pela legislação, os dados demonstram que o país ainda enfrenta desafios significativos para garantir acesso universal a serviços essenciais de água e esgoto.
Desde a adoção do novo marco, que visava estimular investimentos e aumentar a eficiência na prestação desses serviços, as melhorias têm sido lentas e, em muitos casos, insuficientes. O levantamento aponta que mais de 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso a água potável em suas residências, enquanto cerca de 100 milhões vivem sem esgoto tratado. Esses números expõem as desigualdades regionais, com populações mais vulneráveis, especialmente em áreas rurais e periferias de grandes cidades, enfrentando as piores condições sanitárias.
A pesquisa também destaca que as promessas de privatização e parcerias público-privadas, propostas como soluções para alavancar investimentos, não têm se concretizado da forma esperada. Muitas concessões ainda estão em fase de planejamento ou enfrentam entraves burocráticos, o que resulta em um cenário estagnado. Além disso, a falta de planejamento integrado entre diferentes esferas de governo e a ausência de uma coordenação efetiva para implementação das políticas públicas de saneamento têm contribuído para a perpetuação do problema.
A realidade do saneamento básico no Brasil afeta diretamente a saúde pública e a qualidade de vida da população. A carência de serviços adequados está ligada a surtos de doenças, contaminação de rios e lagos e um impacto negativo no meio ambiente. Especialistas alertam que, para que haja avanços significativos, é fundamental a mobilização de recursos financeiros, investimentos em infraestrutura e a criação de políticas inclusivas que visem atender as necessidades das populações mais carentes.
A situação demanda uma reflexão urgente sobre as prioridades governamentais e um verdadeiro compromisso com uma agenda de desenvolvimento que coloque a saúde e a dignidade humana no centro das ações. Sem essas mudanças, o Brasil corre o risco de perpetuar um ciclo de desigualdade e descaso que afeta milhões de cidadãos.
Com informações da EBC
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