O governo federal divulgou recentemente dados que mostram uma redução significativa nos alertas de desmatamento na Amazônia e um aumento no Cerrado. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os alertas de desmatamento na Amazônia caíram 45,7% entre agosto de 2023 e julho de 2024, resultando em 4.314,76 quilômetros quadrados de área desmatada, o menor valor desde o início da série histórica em 2016. Esses números representam uma melhora em relação ao período anterior, que já havia registrado uma queda de 7,4%.
Os dados do Deter, sistema de detecção de desmatamento em tempo real, são usados para prever a taxa anual de desmatamento na região, medida pelo sistema Prodes. No entanto, embora a Amazônia tenha apresentado uma redução no desmatamento, o Cerrado registrou um aumento de 9% na área desmatada, atingindo 7.015 quilômetros quadrados nos últimos 12 meses. Esse resultado representa um recorde desde o início dos alertas em 2017, mas o governo afirma que já observa uma tendência de queda nos últimos quatro meses.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a importância de incluir o ordenamento territorial e fundiário no combate ao desmatamento, visando alcançar a meta de desmatamento zero. Ela ressaltou que todos os eixos do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal estão funcionando plenamente e contribuindo para a redução das perdas florestais.
Na região amazônica, os dados apontam uma redução absoluta de 3,6 mil quilômetros quadrados de floresta, com um aumento de 33% nos alertas de desmatamento em julho de 2024 em comparação com o ano anterior. O governo considera que as políticas públicas de combate às irregularidades ambientais estão dando resultados positivos e contribuindo para a preservação das áreas naturais.
No Cerrado, os registros de desmatamento vêm aumentando desde 2019, indicando uma possível migração da degradação ambiental para essa região. Segundo o Observatório do Clima, a falta de controle por parte do governo e as licenças para corte de vegetação mais flexíveis podem estar impulsionando o desmatamento nesse bioma. No entanto, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente acredita que, com a implementação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Bioma Cerrado, é possível reverter essa tendência e reduzir de forma consistente o desmatamento nos próximos anos.
Com informações da EBC
Fotos: © Valter Campanato/Agência Brasil / EBC