O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) irá se reunir nesta quarta-feira (17) para decidir se mantém ou eleva a taxa básica de juros da economia, a Selic, que atualmente está em 10,5% ao ano. A expectativa é de que a taxa possa subir entre 0,25 e 0,5 ponto percentual. Essa decisão tem gerado discussões e divisões entre os membros do comitê, pois a recente alta do dólar e o impacto da seca sobre o preço de energia e alimentos tem causado incertezas sobre a necessidade de um aumento nos juros.
No comunicado da última reunião realizada pelo Copom, no final de julho, foi destacada a cautela necessária diante do atual cenário econômico, tanto nacional quanto internacional. Com base na pesquisa semanal do boletim Focus, que entrevista analistas de mercado, a previsão é de que a taxa básica de juros aumente 0,25 ponto percentual nessa reunião e alcance a marca de 11,25% ao ano até o final de 2024.
A evolução nos índices de inflação também é um fator determinante para a decisão do Copom. O aumento dos preços tem sido influenciado, em parte, pela valorização do dólar e pelos gastos públicos em ascensão. Diante desse cenário, os membros do comitê destacaram a necessidade de cautela e de um acompanhamento mais rigoroso dos indicadores de inflação.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é o índice oficial de inflação do país, apresentou uma deflação de 0,02% em agosto, sendo a primeira queda registrada desde junho de 2023. No entanto, essa queda nos preços foi pontual e está diretamente relacionada à redução nos preços de energia, que voltarão a subir devido à bandeira tarifária vermelha. Além disso, a seca prolongada no Brasil terá um impacto significativo no aumento dos preços dos alimentos, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Os alimentos e serviços têm sido os principais responsáveis pelo aumento da inflação nos últimos meses, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse cenário tem levado o IPCA a acumular uma alta de 4,24% em 12 meses, o que se aproxima do limite superior da meta estabelecida para 2024.
A taxa básica de juros, conhecida como Selic, desempenha um papel fundamental no controle da inflação e na regulação da economia como um todo. Quando o Copom eleva os juros básicos, busca conter a demanda aquecida, influenciando os preços e estimulando a poupança. Por outro lado, a redução da Selic tende a baratear o crédito, incentivando a produção e o consumo, e contribuindo para o crescimento econômico.
Com isso, a expectativa em torno da decisão do Copom é grande, visto que as mudanças na taxa Selic têm repercussões diretas em diversos setores da economia e na vida dos brasileiros. A decisão tomada nessa quarta-feira terá um impacto significativo nos rumos da economia nos próximos meses. Acompanharemos atentamente os desdobramentos dessa reunião e as medidas adotadas pelo Banco Central para garantir a estabilidade econômica do país.
Com informações da EBC
Fotos: © José Cruz/Agência Brasil / EBC