Na Bélgica, uma onda de protestos tomou conta das ruas, protagonizada por agricultores que se opõem ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. A manifestação, que ganhou força na cidade de Bruxelas, testemunhou a participação de centenas de trabalhadores do setor agrícola, que expressaram suas preocupações quanto ao impacto que o pacto teria sobre a agricultura local e a produção alimentar.

Os agricultores belgas estão especialmente preocupados com a possibilidade de concorrência desleal que poderia advir da importação de produtos agrícolas do Mercosul, particularmente da carne proveniente do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Eles argumentam que as normas de produção e os padrões de qualidade nos países do Mercosul são menos rigorosos, o que poderia prejudicar os produtores da Europa, forçando-os a operar em um mercado já fragilizado. Estima-se que a entrada massiva de produtos importados possa resultar em uma queda nos preços, o que afetaria diretamente a renda dos agricultores locais.

As manifestações não se limitaram a simples palavras de protesto; os agricultores bloquearam estradas e organizaram concentrações em frente a instituições governamentais, exigindo uma revisão do acordo ou, ao menos, garantias de proteção para a agricultura europeia. Durante os confrontos, houve episódios de tensão entre os manifestantes e as forças de segurança, que buscavam garantir a ordem nas ruas. O clima de insatisfação ecoou não apenas entre os agricultores, mas também em amplos setores da sociedade, que percebem a necessidade de viabilizar uma agricultura sustentável e justa na região.

Os organizadores do protesto ressaltaram que o objetivo principal é proteger as pequenas e médias propriedades rurais, que se veriam especialmente ameaçadas pelo influxo de produtos importados. Com o argumento de que um acordo comercial deve beneficiar todos, e não apenas grandes empresas, os agricultores exigem um debate mais aprofundado e transparente sobre as consequências do Mercosul para a economia agrícola belga e, por extensão, para a segurança alimentar na Europa.

Assim, a pressão se intensifica sobre os responsáveis pela negociação, que enfrentam o desafio de equilibrar interesses econômicos globais com a preservação da agricultura local.

Com informações da EBC
Fotos: / EBC