A Conferência da Diáspora Africana nas Américas está sendo realizada na cidade de Salvador, na Bahia, com previsão de encerramento neste sábado. Um dos pontos em destaque no evento é a proposta de criação de uma agência de desenvolvimento pan-africanista pela União Africana, que terá Salvador como sede. Essa iniciativa visa promover a união dos povos africanos e seus descendentes em prol dos direitos e da luta contra o racismo.
O professor Richard Santos, pró-reitor de extensão e cultura da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), revelou que a conferência tem como objetivo final elaborar uma carta final que será entregue no 9º Congresso Pan-Africano, a ser realizado no Togo no próximo mês de outubro. A ideia é apresentar essa carta aos chefes de estado que participarão do encerramento oficial da conferência em Salvador.
Durante os debates realizados na sexta-feira, temas como reparação, reconstrução e memória foram abordados, refletindo sobre a reaproximação entre África e a diáspora dos cidadãos africanos. É importante ressaltar que o Brasil é considerado o principal país da diáspora fora da África, e Salvador, como capital, representa um projeto de desenvolvimento e relação multilateral, segundo o pesquisador presente no evento.
Além disso, a conferência tem como objetivo discutir formas de reconstrução das relações pan-africanistas, tanto no continente africano quanto nos países das Américas e do Caribe para onde ocorreu a diáspora. Nesse sentido, é destacada a importância da educação, cultura e memória como pilares para promover essas relações de forma mais sólida e integrada.
O ativista Igor Prazeres, da Coordenação Nacional das Entidades Negras (Conen), também enfatizou a necessidade de priorizar a educação e a memória como instrumentos para fortalecer essas relações. Ele defendeu a criação de uma instituição multilateral e aproveitou o momento em que o Brasil está na presidência temporária do G-20 para reforçar essa proposta.
Diante das discussões e reflexões realizadas na conferência, é evidente a importância de superar visões eurocêntricas e fortalecer a democracia racial, buscando promover a igualdade e o respeito às diversidades étnicas e culturais. A consolidação dessas propostas e ações certamente contribuirão para a construção de sociedades mais justas e inclusivas no futuro.
Com informações da EBC
Fotos: © Paulo Pinto/Agência Brasil / EBC