O jornalista e poeta Luis Turiba foi agraciado com a anistia política e um pedido de desculpas oficializado pelo Estado. A Comissão de Anistia tomou a decisão por unanimidade, após analisar os documentos apresentados por Turiba, que comprovaram a perseguição política que ele sofreu entre os anos de 1970 e 1987.

Turiba, que era militante do movimento estudantil e ex-membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), teve sua trajetória acadêmica interrompida na Escola Técnica Nacional Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ) e foi posteriormente preso e torturado pelo Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi), órgão de repressão ligado ao Exército. Após ser condenado pela Justiça Militar a seis meses de prisão, Turiba foi monitorado pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até meados da década de 1980.

Durante a sessão em que sua anistia foi oficializada, Turiba expressou sua gratidão pela decisão da Comissão e ressaltou a importância desse gesto do Estado brasileiro. Ele destacou que se sente justiçado e que encara esse momento como o fechamento de um ciclo em sua vida, que lhe dá a oportunidade de se orgulhar de suas ações.

Além disso, Turiba enfatizou a relevância do pedido de desculpas do Estado, que, segundo ele, fortalece sua luta pela democracia e pelo Estado de Direito. Emocionado, o poeta recitou um de seus poemas, intitulado “Tortura”, que foi inspirado em sua própria experiência e representa a dor compartilhada por muitos que passaram por situações semelhantes.

A Comissão de Anistia também rejeitou oito pedidos de anistia no mesmo dia e permanece reunida em Brasília para dar continuidade aos seus trabalhos. A decisão em favor de Luis Turiba repara uma injustiça histórica e reafirma o compromisso com a justiça e os direitos humanos em nosso país.

Com informações da EBC
Fotos: © Rose Araújo/Divulgação / EBC