O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer quando se trata de adotar padrões de qualidade do ar e proteger a saúde da população em face da poluição. Um estudo intitulado “Qualidade do ar em alerta”, conduzido pelo Instituto Alana e pelo Instituto Ar, revelou que o país está atrasado em comparação a outros oito países analisados: Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, México, Espanha, França e Inglaterra.
Segundo o estudo, o Brasil, juntamente com o Equador, enfrentou os episódios mais críticos de poluição do ar. Uma situação alarmante aconteceu em Manaus, onde os níveis de material particulado, devido às queimadas, atingiram 400 microgramas por metro cúbico (µg/m3), enquanto a Organização Mundial da Saúde recomenda que não ultrapassem os 45 µg/m3. Esses dados revelam uma discrepância significativa e preocupante.
Os pesquisadores apontam que o Brasil carece de atualizações em suas normas de qualidade do ar, que remontam a 1990. Em comparação com outros países, como França, onde medidas rigorosas são adotadas em casos de poluição, como a restrição da circulação de veículos e a gratuidade do transporte público, o Brasil ainda está aquém do desejado.
Algumas medidas emergenciais são previstas pela Organização Mundial da Saúde, estabelecendo limites máximos aceitáveis de concentrações de poluentes no ar, enquanto no Brasil, esses níveis chegam a ser três vezes superiores aos recomendados.
No entanto, há avanços sendo feitos. Uma nova resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) está alinhando os padrões nacionais com os da OMS, com prazos estabelecidos até 2044 para atingir essas metas. Essas iniciativas visam à proteção da saúde da população e do meio ambiente, mas ainda demandam esforços de diferentes esferas governamentais.
É crucial que as políticas públicas continuem a avançar e que a população também adote práticas individualmente para mitigar os efeitos da poluição. Medidas simples, como o uso de máscaras em dias de alta poluição e a criação de ambientes mais arejados e naturais, podem contribuir para a proteção da saúde, especialmente das crianças. É um desafio conjunto que requer uma abordagem abrangente e colaborativa para garantir um ambiente mais saudável para todos.
Com informações da EBC
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