O Ministério da Saúde reportou um caso de anomalia congênita em um bebê associada à transmissão vertical da febre do Oropouche no Acre. Essa notícia gerou grande impacto, uma vez que o recém-nascido acabou falecendo aos 47 dias de vida. A mãe do bebê, de 33 anos, apresentou sintomas preocupantes durante a gravidez, como erupções cutâneas e febre no segundo mês de gestação. Posteriormente, exames laboratoriais confirmaram a presença do vírus Oropouche em seu organismo.
Após a morte do bebê, foram realizados exames no Instituto Evandro Chagas, em Belém, que constataram que o vírus estava presente em diversos tecidos do corpo do recém-nascido. A criança nasceu com microcefalia, malformações articulares e outras anomalias congênitas, sendo essa a causa provável de sua morte. As autoridades de saúde também descartaram outras possíveis hipóteses diagnósticas.
Diante dessa situação, o Ministério da Saúde considera necessário um aprofundamento nas investigações para compreender melhor a relação entre a transmissão vertical do vírus e as anomalias congênitas observadas. Além disso, promoverá um seminário científico nacional sobre o tema, visando discutir estratégias de prevenção e assistência.
Uma nota técnica com orientações sobre a doença será enviada aos estados e municípios, a fim de fornecer diretrizes claras sobre vigilância, assistência em saúde e condutas recomendadas para gestantes e recém-nascidos. Serão destacadas medidas de proteção individual e coletiva para evitar a exposição ao mosquito transmissor, o Culicoides paraensis, também conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Estima-se que até o momento, em 2024, tenham sido registrados 7.497 casos de febre do Oropouche em 23 estados brasileiros, com destaque para o Amazonas e Rondônia. As autoridades de saúde alertam para a importância da prevenção e do cuidado diante dos sintomas da doença, que incluem febre súbita, dores musculares, de cabeça e nas articulações, calafrios, entre outros. A população deve ficar atenta e buscar atendimento médico em caso de suspeita de infecção.
O Ministério da Saúde planeja lançar nos próximos dias um Plano Nacional de Enfrentamento às Arboviroses, englobando a febre do Oropouche, dengue, Zika e chikungunya. É fundamental que a sociedade esteja informada e adote medidas de proteção para conter a propagação dessas doenças, que representam um sério risco à saúde pública.
Com informações da EBC
Fotos: © Bruna Lais Sena do Nascimento/Laboratório de Entomologia Médica/SEARB/IEC / EBC