Estabelecimentos de alimentação fora do lar desempenham um papel fundamental em nossa sociedade, funcionado não apenas como locais para saciar a fome, mas também como importantes espaços de sociabilidade e suporte à saúde mental. Durante o setembro amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio, essa relevância se intensifica. É um período de conscientização que estimula discussões sobre saúde mental em diversas esferas, incluindo lares, ambientes corporativos e, especialmente, em bares e restaurantes.
A proposta do setembro amarelo é criar uma cultura de acolhimento, ressaltando a importância dos laços sociais bem estabelecidos com amigos e familiares como um fator protetivo, conforme apontado pela Associação Brasileira de Psiquiatria. A socialização, nesse contexto, é um elemento vital para o bem-estar mental e os espaços que promovem esses encontros se tornam objetos de atenção especial.
Dayanne Melgaço, especialista em Marketing Gastronômico e fundadora do perfil “Um Bar por Semana”, exemplifica essa conexão ao compartilhar sua trajetória. Após enfrentar os desafios do isolamento social da pandemia, ela redescobriu a alegria nos bares de Belo Horizonte, reconhecendo neles um ambiente de acolhimento e troca. Para Dayanne, a gastronomia tem a capacidade de reunir pessoas e criar memórias afetivas, elevando o bar a um local de encontros significativos.
Os bares e restaurantes se consolidam como verdadeiros “terceiros lugares”, conceito elaborado por Ray Oldenburg, que defende a necessidade de espaços neutros que promovam interações sociais. Esses ambientes são essenciais para uma vida equilibrada, oferecendo não apenas comida, mas também um lugar para ser livre e autêntico. De acordo com Paulo Jelihovschi, psicólogo e especialista em Gente e Jornadas da Abrasel, esses ambientes são democráticos, onde as pessoas se sentem à vontade para expressar sua verdadeira essência.
Dados revelam que 57% da população brasileira opta por frequentar esses ambientes ao menos uma vez por semana para se reunir com amigos ou celebrar ocasiões especiais. A diversidade encontrada nos bares e restaurantes propicia interações espontâneas, gerando um senso de coletividade que é benéfico para a saúde mental de todos os presentes. Esses lugares acabam se tornando carregados de simbolismo, evocando memórias e sentimentos que conectam os indivíduos de maneiras sutis, mas profundas.
Portanto, a importância social de bares e restaurantes vai muito além da gastronomia. Eles são o coração pulsante das comunidades, promovendo inclusão e bem-estar enquanto estimulam um diálogo necessário sobre saúde mental e acolhimento.
Com informações e fotos da Abrasel/BR