A inflação no Brasil, embora tenha mostrado sinais de desaceleração, continua a impactar diretamente o setor de bares e restaurantes, que enfrenta desafios significativos em sua operação. De acordo com os últimos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), publicado pelo IBGE, o índice geral teve uma elevação de 0,26% em maio, abaixo dos 0,43% registrados em abril. No entanto, a categoria de alimentação fora do lar se destacou com um aumento de 0,58%, superior à média geral.
Esse cenário revela que os estabelecimentos estendem esforços significativos para equilibrar suas margens de lucro, mesmo diante da pressão constante dos preços dos insumos. Itens cruciais para o funcionamento desses negócios continuam a sofrer oscilações relevantes. Por exemplo, o preço do café moído disparou 4,59% apenas em maio e acumula uma impressionante alta de 82,24% nos últimos doze meses. Apesar de ter registrado uma leve queda de 0,97% em seu valor no último mês, a carne ainda carrega uma inflação acumulada de 23,48%.
Outros produtos, como cervejas e refrigerantes, também contribuem para o aumento dos custos, com respectivas elevações de 17,07% e 9,37%. Este panorama leva a um sentimento de cautela dentro do setor, conforme destacado por Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel. Ele ressalta que, embora os restaurantes estejam tentando ajustar seus preços para recuperar margens, o repasse dessas despesas aos consumidores é limitado pela disposição dos clientes em pagar mais.
Uma pesquisa da Abrasel revelou que, em abril, 59% dos bares e restaurantes operaram sem gerar lucro, e 19% deles enfrentaram prejuízos. Em resposta a esse cenário complicado, os estabelecimentos têm ajustado seus preços de maneira gradual, focando na manutenção de sua competitividade e na lealdade dos clientes. A expectativa é que datas comemorativas, como a Semana dos Namorados, contribuam para um aumento no faturamento em junho.
Em suma, o setor demonstra sinais de uma leve recuperação, impulsionados por uma instabilidade menor e um ambiente de negócios mais promissor. No entanto, a condição ideal ainda não se concretizou, sendo essencial que os custos se estabilizem e o consumo continue sua trajetória de crescimento para garantir uma recuperação mais robusta.
Com informações e fotos da Abrasel/BR