Na COP30, evento global sobre mudanças climáticas realizado em Belém, o Banco do Nordeste anunciou um investimento significativo para a preservação do bioma Caatinga. A instituição financeira destinou R$ 50 milhões em recursos não reembolsáveis para financiar iniciativas de preservação e recuperação deste bioma exclusivamente brasileiro ao longo dos próximos cinco anos. O anúncio foi feito por Aldemir Freire, diretor de Planejamento do banco, durante o painel intitulado “Floresta Seca do Brasil e seu potencial para sequestro de carbono”.
Freire destacou que o apoio do banco à Caatinga se intensificou nos últimos anos devido ao reconhecimento de sua importância ecológica e social. Conhecida como uma das florestas secas mais ricas do mundo, a Caatinga desempenha um papel crucial na regulação do clima e na conservação da biodiversidade no semiárido. A estratégia do banco integra a agenda ambiental a seu plano de desenvolvimento regional, focando no uso sustentável e na recuperação desse bioma.
Este novo aporte complementa outras iniciativas do banco, como o Fundo Sustentabilidade BNB e o projeto Floresta Viva/Caatinga Viva, em parceria com o BNDES e o FUNBIO. O edital de 2025 já destinou R$ 15 milhões para projetos liderados por instituições sem fins lucrativos que promovem o uso sustentável da Caatinga. Atualmente, 69 propostas estão na fase final de seleção. Paralelamente, o edital Floresta Viva/Caatinga Viva aprovou 11 projetos com um investimento total de R$ 26,17 milhões, visando a restauração de 1.632 hectares. Com esses recursos, o Banco do Nordeste se consolida como líder no financiamento à sustentabilidade do semiárido brasileiro.
A Caatinga ocupa cerca de 10% do território nacional, abrangendo nove estados do Nordeste e parte de Minas Gerais. É a região mais povoada do país e abriga aproximadamente 28 milhões de pessoas, enfrentando significativas ameaças climáticas. Apesar da paisagem árida, possui uma rica biodiversidade com espécies adaptadas às dificuldades hídricas.
Sabrina Oliveira, pesquisadora e palestrante do evento, destacou o potencial da Caatinga em sequestro de carbono. Com uma capacidade de retenção de 45% do carbono que absorve, o bioma supera outros, como a Amazônia. Entretanto, enfrenta desafios devido a altas taxas de desmatamento, com quase metade de sua vegetação alterada por atividades humanas.
Com este financiamento, o Banco do Nordeste avança na sua contribuição para a agenda climática global, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e às metas do Acordo de Paris, reafirmando seu compromiso com o desenvolvimento sustentável no semiárido.
Com informações do Banco do Nordeste – BNB
Fotos: BNB













