A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) está pedindo agilidade do governo federal na análise da suspensão do horário de verão, uma medida que, segundo a entidade, pode trazer benefícios significativos em um momento de severa crise hídrica no Brasil. Com um histórico de 34 anos de implementação, o horário de verão foi visto como uma estratégia eficaz para a economia de energia elétrica, além de beneficiar o comércio e o setor de serviços, principalmente bares e restaurantes.
As bacias hidrográficas no país, como as dos rios Paraná, São Francisco e Tocantins, têm enfrentado secas prolongadas, situação que se agrava com as mudanças climáticas. Relatórios recentes do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) e do Monitor da Seca da Agência Nacional de Águas (ANA) indicam que várias regiões, incluindo partes de São Paulo, Minas Gerais e Pará, estão em condições extremamente críticas. Isso não apenas compromete a agricultura, mas também aumenta a demanda por irrigação, colocando pressão sobre os recursos hídricos utilizados para geração de energia elétrica.
A proposta de reintroduzir o horário de verão é respaldada pelo fato de que essa medida pode ajudar a evitar apagões, uma preocupação crescente, já que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aponta um aumento na probabilidade de falhas de fornecimento. Essa mudança se apresenta como uma alternativa viável e de baixo custo para mitigar os impactos da seca, além de impulsionar o setor econômico, favorecendo principalmente os setores de alimentação e varejo.
Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel, enfatiza que a falta de celeridade do governo na discussão do horário de verão torna a situação ainda mais alarmante. Ele destaca que, durante os períodos em que a medida esteve em vigor, as vendas em bares e restaurantes costumavam aumentar, contribuindo para a recuperação de uma parte das perdas enfrentadas durante a pandemia.
Além do impacto econômico, a adoção do horário de verão poderia ajudar a reduzir o consumo de energia em horários de pico, evitando assim o acionamento de usinas termelétricas, que são mais onerosas e poluentes. Com mais luz natural entre o fim da tarde e a noite, os estabelecimentos comerciais poderiam ver um aumento significativo em seu faturamento, que poderia variar entre 10% a 15%.
Em suma, a reavaliação do horário de verão se torna não apenas uma medida estratégica para o equilíbrio hídrico do país, mas também uma oportunidade de estimular a economia e melhorar a qualidade de vida nas cidades, sendo crucial para o planejamento de todos os envolvidos.
Com informações e fotos da Abrasel/BR