O câncer de pulmão é frequentemente associado ao tabagismo, uma percepção que se solidificou com o passar dos anos devido ao forte vínculo entre o hábito de fumar e a incidência da doença. No entanto, dados recentes evidenciam que uma parcela significativa de casos ocorre em indivíduos que nunca se expuseram ao fumo de maneira ativa. Estima-se que aproximadamente 15% dos diagnósticos de câncer de pulmão sejam em não fumantes, um número que traz à tona a complexidade dessa condição e os fatores que podem contribuir para seu desenvolvimento.
As causas do câncer de pulmão em não fumantes são multifatoriais e podem englobar desde a exposição a poluentes ambientais até fatores genéticos. A inalação passiva de fumaça de cigarro é um dos elementos que também merece destaque, uma vez que a fumaça pode afetar não apenas os fumantes, mas também aqueles que convivem com eles. Além disso, a poluição do ar em áreas urbanas tem se mostrado um provocador significativo, contribuindo para um aumento no risco de várias doenças respiratórias e, consequentemente, no câncer de pulmão.
Estudos demonstram que a genética desempenha um papel crucial na suscetibilidade ao câncer de pulmão. Certa quantidade de indivíduos nunca fumantes pode carregar mutações genéticas que os tornam mais propensos a desenvolver a doença, independentemente do seu estilo de vida. Ademais, exposições ocupacionais a substâncias cancerígenas, como amianto e certos produtos químicos, são fatores que não devem ser ignorados, visto que eles podem elevar ainda mais o risco.
A conscientização sobre esses fatores é vital para o melhor entendimento da doença e para a implementação de políticas públicas de saúde que visem a prevenção. Campanhas de informação devem ser intensificadas, a fim de educar a população sobre os riscos associados não apenas ao tabagismo, mas também a outros elementos que podem contribuir para o câncer de pulmão, independentemente de se ser um fumante ou não. Ao entender a complexidade desta doença, evidentemente, será possível desenvolver estratégias mais eficazes e direcionadas para a sua prevenção e tratamento.
Com informações da EBC
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