Um alegado esquema de espionagem teria ocorrido na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão do Presidente Jair Bolsonaro, com impacto em figuras proeminentes da política brasileira, incluindo o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o senador Renan Calheiros.
Essas revelações surgiram a partir de investigações conduzidas pela Polícia Federal, que apontaram uma lista de possíveis vítimas da espionagem ilegal, abrangendo não apenas parlamentares, mas também ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e profissionais da imprensa.
Neste contexto, a PF deflagrou uma operação que resultou na execução de cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão.
A ação faz parte da operação Última Milha, iniciada em 2023 para investigar a suposta utilização indevida de sistemas da Abin com o propósito de monitorar autoridades e opositores políticos ligados ao governo Bolsonaro.
Um dos casos confirmados pela PF foi o monitoramento do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, supostamente ordenado por Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin na gestão Bolsonaro.
A lista de monitorados inclui deputados e senadores do PP, MDB e do campo político lulista.
Os diálogos levantados durante a investigação sugerem possíveis ações contra membros do Judiciário, incluindo os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux, visando questionar a credibilidade do sistema eleitoral.
A operação da PF abrangeu cinco estados e o Distrito Federal, com sete mandados de busca e apreensão sendo cumpridos.
Além disso, a pesquisa da Polícia Federal identificou que, além dos mencionados, também foram alvo de monitoramento ilegal figuras como o deputado Kim Kataguiri, os senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues, além do ex-deputado Joice Hasselmann. No âmbito do Poder Executivo, o ex-governador de São Paulo, João Doria, e servidores de órgãos como o Ibama e a Receita Federal foram igualmente vigiados. A lista de monitorados também engloba jornalistas de destaque, como Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.
Essas revelações têm gerado repercussões significativas no cenário político nacional, suscitando debates sobre a legalidade e a ética no uso de informações e recursos de inteligência para fins políticos.
A investigação em curso visa esclarecer os detalhes desse esquema de espionagem e responsabilizar os envolvidos.