A instalação de megatorres na Lagoa da Anta se tornou motivo de preocupação para os moradores dos bairros do litoral Norte de Maceió e para o Ministério Público de Alagoas (MPAL), que discutiram exaustivamente o avanço das edificações, conhecidas como ‘espigões’, em Guaxuma, Garça Torta e Riacho Doce. Durante o encontro, também foram abordados os impactos ambientais e urbanísticos que a construção dessas megatorres pode acarretar na região, despertando a preocupação do procurador-geral de Justiça Lean Araújo.
Os moradores locais demonstraram apoio à iniciativa do MPAL e instaram as autoridades públicas a se absterem de conceder novas licenças até que seja aprovado um novo Plano Diretor para Maceió, considerando que o atual está desatualizado há duas décadas. Lean Araújo ressaltou em entrevista à imprensa que a recomendação feita pelos promotores visa a reflexão sobre o assunto e as medidas necessárias que devem ser tomadas por todos os envolvidos.
Anivaldo Miranda, representante da Associação de Moradores de Guaxuma, enfatizou a importância de um planejamento adequado para o crescimento populacional, criticando a falta de infraestrutura e serviços básicos no litoral de Alagoas. Em consonância, o MPAL recomendou à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo a suspensão das licenças ambientais e urbanísticas para os ‘espigões’ em questão.
Diversas entidades, como a Rede Alagoana de Meio Ambiente, o Observatório Ambiental de Alagoas e o Movimento Mangue Vive, reconheceram e apoiaram publicamente o trabalho desenvolvido pelo MPAL em defesa do meio ambiente e dos recursos hídricos no litoral Norte de Maceió. A atuação da 66ª Promotoria de Justiça da Capital e dos promotores de Justiça Jorge Dória, Paulo Henrique Prado e Kleber Valadares foi destacada na nota entregue pelas associações, que clamam por uma maior participação da população no processo de decisão sobre o desenvolvimento urbano da região costeira.