Equipes especializadas estão realizando obras de preservação em imóveis históricos localizados em áreas de desocupação e monitoramento definidas pela Defesa Civil de Maceió. Com o objetivo de garantir a preservação das estruturas, as intervenções incluem reparos de fachada, recuperação de paredes, telhados e pisos, escoramento e recomposição de esquadrias. Atualmente, 20 edificações possuem alvará para a realização dos trabalhos, e metade delas já está passando pela manutenção.

Essas ações fazem parte de um plano desenvolvido pela Braskem, empresa responsável pela contratação de empresas especializadas nesse tipo de obra. Todo o processo é realizado em conformidade com as leis de preservação do patrimônio e conta com o acompanhamento do Município e a consultoria de especialistas em edificações históricas. Para garantir a autenticidade das intervenções, são utilizados métodos construtivos que respeitam o tipo de material utilizado e as características arquitetônicas da época em que os imóveis foram construídos.

Antes de iniciar as obras, é realizada uma análise minuciosa dos materiais utilizados na construção e uma descrição detalhada do imóvel e de sua estrutura. Além disso, empresas especializadas são responsáveis pelo preparo da execução da obra, a fim de evitar danos durante os trabalhos.

No Palácio Bom Conselho, por exemplo, a intervenção abrange reparos no piso, nas esquadrias e no telhado. Já no Solar Nunes, foram feitas escoras internas e reparos nas paredes, telhados e esquadrias, utilizando materiais da época de construção para preservar a autenticidade histórica. Nas Casas Gêmeas, as esquadrias foram recompostas e a textura da fachada foi refeita seguindo a técnica original.

Além das obras de preservação, a Braskem também realiza a limpeza e o controle de pragas nos imóveis e apoia a segurança patrimonial com uma equipe de profissionais que se revezam 24 horas por dia, além de voos diários de drones e sistemas de câmeras e alarmes.

Para garantir a preservação da memória e das características do patrimônio, os imóveis foram registrados em fotos e imagens digitais de alta precisão, com escaneamento a laser. Além disso, tapumes de proteção foram instalados ao redor de todas as construções, incluindo aquelas que fazem parte da Zona Especial de Proteção Histórica do Bebedouro.

Todas as informações coletadas durante o processo de preservação farão parte de um dossiê elaborado por uma equipe de arquitetos e historiadores. Esse dossiê incluirá informações documentais e visuais dos detalhes construtivos e das histórias narradas por cada um dos imóveis, contando também com material de pesquisa em acervos fotográficos e documentais.

A gestão dos imóveis identificados como patrimônio histórico está prevista no Acordo Socioambiental assinado em dezembro de 2020 entre a Braskem e o Ministério Público Federal, com a participação do Ministério Público do Estado de Alagoas. Segundo o acordo, a Braskem se compromete a não edificar nas áreas desocupadas para fins comerciais ou habitacionais. Qualquer decisão futura sobre o uso dessas áreas será discutida a partir do Plano Diretor do Município, com a participação das autoridades e da sociedade, não cabendo exclusivamente à Braskem.