Um projeto colaborativo está prestes a dar nova vida à canoa de tolda Luzitânia, um ícone da navegação no Rio São Francisco, que conectava Alagoas a Sergipe. Esta importante embarcação, que desempenhou um papel fundamental no transporte de pessoas e cargas ao longo do Velho Chico, agora contará com a dedicação de diversas instituições, incluindo a Prefeitura de Penedo, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a ONG Sociedade Canoa de Tolda.
A canoa, que foi transportada em uma carreta a partir de Traipu, chegou à cidade de Penedo na última sexta-feira, dando início a uma nova etapa de sua restaurativa. O prefeito Ronaldo Lopes manifestou sua empolgação no evento, enfatizando que a recepção da Luzitânia representa a acolhida de um pedaço da alma do Velho Chico. Ele destacou que o projeto pretende não apenas restaurar a embarcação, mas também preservar e garantir que ela retorne em segurança às águas do Rio São Francisco, ressaltando o valor cultural que essa canoa possui para a região e para o país.
O professor Igor da Mata, coordenador do projeto e docente da Ufal, também se mostrou otimista. Ele detalhou a visão para o futuro, que inclui a criação de um Museu do Rio em um estaleiro modelo, onde a canoa e outras embarcações possam ser exibidas, celebrando a cultura e a história do Baixo São Francisco. Igor acredita que este espaço será fundamental para o turismo e para a educação patrimonial, uma vez que servirá como um centro de aprendizado e interação com as tradições locais.
Maicon Marcante, historiador do Iphan Alagoas, complementou que o projeto envolve um esforço coletivo para documentar e educar sobre o processo de conservação da Luzitânia. Ele ressaltou que essa ação não é isolada e se encaixa em um esforço mais amplo do Iphan, que está desenvolvendo ações semelhantes em estaleiros de todo o Brasil. Essa colaboração conjunta visa aproximar a população das cidades ribeirinhas do São Francisco desse patrimônio significativo.
Assim, a recuperação da canoa Luzitânia não é apenas sobre restaurar uma embarcação, mas sim sobre reavivar a memória e a cultura de um povo que dependeu das águas do São Francisco para seu desenvolvimento econômico e social. A canoa se torna, portanto, um símbolo de resistência e de conexão, reforçando a identidade regional enquanto se prepara para um futuro que promete honrar seu legado.
Com informações e fotos da Prefeitura de Penedo










