A reunião da AMA, envolvendo órgãos federais e estaduais, focou na preservação da Caatinga e na viabilização de crédito para pequenos e médios agricultores com ênfase no desenvolvimento sustentável. Um grupo de trabalho multidisciplinar, coordenado por Marcos Diniz, secretário de Meio Ambiente de Delmiro Gouveia, foi formado para implementar ações rápidas. Este fórum utilizará um relatório do Ibama que identificará áreas desmatadas, permitindo que os municípios atuem na conscientização e disseminação de informações legais.
O presidente da AMA, prefeito Marcelo Beltrão, destacou a importância do encontro, que pode beneficiar todos os ecossistemas de Alagoas. Ele ressaltou que práticas irregulares muitas vezes resultam da desinformação, e a colaboração entre instituições é vital para mudar esse cenário. “A AMA será sempre um canal de articulação entre municípios e a sociedade”, afirmou Beltrão.
O superintendente do Ibama, Reginaldo Couto, que convocou a reunião, apresentou dados sobre a Caatinga, que até 2023 possuía 370 mil km² de vegetação nativa. Em 2024, houve um pico de desmatamento que superou 5 mil hectares. Couto enfatizou a necessidade de construir soluções para garantir segurança jurídica a pequenos agricultores, evitando empecilhos como embargos que afetam o crédito e as políticas públicas.
Couto também elogiou o trabalho em Delmiro Gouveia e Olho D’Água das Flores, onde agricultores, especialmente em assentamentos, atuam como agentes de informação. Ziane Costa, prefeita de Delmiro, compartilhou sua experiência com a FPI, que transformou a abordagem para a sustentabilidade. O prefeito José Luiz mencionou resistência a mudanças, mas enfatizou que a colaboração pode beneficiar a população, o meio ambiente e a agricultura comunitária.
O superintendente do Ministério da Agricultura em Alagoas, Jorge Marques, afirmou que o objetivo é trabalhar em parceria com o Ibama e outros órgãos, promovendo uma agricultura responsável e em conformidade com as leis. Tiago Santos, secretário de São José da Tapera, expressou otimismo ao saber que haverá apoio coletivo para desenvolver mecanismos seguros com informações precisas.
“Precisamos que os municípios se organizem, individualmente ou em consórcios, para combater o desmatamento e recuperar áreas”, destacou o presidente Marcelo Beltrão. O vice-presidente da AMA, Jorge Dantas, considerou as discussões um avanço, pedindo mais esclarecimento e diálogo sobre as ações do governo federal.
A secretária de Estado da Agricultura, Aline Rodrigues, defendeu o equilíbrio entre produção e preservação ambiental, anunciando o uso dos programas Seagri em Movimento e a feira da agricultura familiar para informar sobre a legislação vigente. A Emater, representada por Sandro Couto, acompanhará 300 agricultores por meio do programa Semiárido Bem Viver. Henrique Lessa, do IMA, anunciou que o governador Paulo Dantas assinará uma lei de créditos de reposição e, através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Daniel Lima informou sobre a atualização do plano estadual contra a desertificação, em parceria com universidades.
O superintendente do Ibama reiterou que a Caatinga deve ser usada de maneira responsável, ressaltando a importância da presença municipal na aplicação dessas iniciativas. A Caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro, ocupa cerca de 44% do território de Alagoas, caracterizando-se pelo clima quente e seco.