Os operadores de raio X que atuam no controle de mercadorias importadas estão sendo capacitados pelo sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) em São Paulo para identificar produtos que possam representar riscos à agropecuária nacional. Esse treinamento é fundamental, visto que certas mercadorias provenientes de outros países podem comprometer a produção local, e o trabalho desses profissionais contribui para inibir a entrada de tais produtos.
Nas operações, as mercadorias recebidas pelos Correios variam de “remessas postais” a “remessas expressas” em empresas privadas. Recentemente, uma série de capacitações foi realizada no Centro Internacional de Tratamento de Encomendas dos Correios na Vila Leopoldina, além de uma empresa privada atuante no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O aumento nas importações de remessas se intensificou durante a pandemia, com números crescendo exponencialmente. Em 2022, as centrais brasileiras receberam cerca de 5 milhões de encomendas; no ano seguinte, esse número saltou para 60 milhões. Em um único ano, 2024, o controle aduaneiro lidou com quase 200 milhões de remessas, correspondendo praticamente a uma unidade para cada brasileiro.
Atualmente, o Correios de Curitiba se destacou como o principal ponto de entrada, com cerca de 800 mil unidades sendo recebidas diariamente. Entretanto, a empresa de Guarulhos, inaugurada há pouco mais de um ano, planeja processar 700 mil remessas diárias. Embora atualmente receba e distribua cerca de 200 mil unidades/dia, já operou com volumes próximos a 250 mil, utilizando 14 modernos aparelhos de raio X e planejando eventualmente operar 24 horas.
Os auditores fiscais envolvidos destacaram que, no ano anterior, foram fiscalizadas 12.318 remessas expressas ou postais no Brasil, resultando na devolução de 3.148 delas por riscos identificados à agropecuária nacional, o que representa uma taxa de devolução de 25,6%. Este tipo de treino torna-se cada vez mais relevante diante do aumento de importações.
No que diz respeito às mercadorias, diversas categorias estão proibidas de entrar no país sem a documentação adequada. Entre os itens frequentemente indeferidos estão coleiras antiparasitárias para cães. Além delas, outros produtos que requerem autorização incluem petiscos, sementes, bebidas, embutidos, objetos de madeira não tratada, materiais de origem animal e várias substâncias químicas.
Todos os produtos mencionados podem ser importados, desde que estejam acompanhados de autorização do órgão competente e as certificações necessárias. A atuação dos operadores de raio X é crucial para detectar informações incorretas nas embalagens, onde frequentemente se descrevem produtos de maneira enganosa, camuflando os verdadeiros conteúdos.
Uma inspeção recente, realizados por agentes do Vigiagro em Guarulhos, revelou que, das 600 remessas avaliadas, aproximadamente 400 continham coleiras antiparasitárias. A auditoria ressaltou que esses produtos, não aprovados pelo ministério competente, podem representar riscos para a saúde dos animais, uma vez que podem não efetuar o tratamento esperado, e muitas vezes não apresentam informações adequadas sobre suas composições.
Essa iniciativa de treinamento e controle é crucial para preservar a saúde agropecuária nacional e garantir que apenas produtos seguros e eficazes sejam importados e utilizados.
Com informações e Fotos do Ministério da Agricultura e Pecuária