Seis variedades de uvas foram recomendadas especificamente para a região do Agreste pernambucano após uma pesquisa realizada pela Embrapa, Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape) e Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). Essa recomendação foi resultado de estudos que avaliaram o comportamento agronômico, adaptação das variedades, qualidade das uvas, potencial enológico e viabilidade do processamento de vinhos em regiões não tradicionais.
Os experimentos e análises realizados confirmaram a viabilidade da produção local de uvas e a qualidade dos vinhos produzidos na região. Isso representa uma oportunidade para diversificar a produção dos pequenos e médios agricultores, gerando renda, favorecendo o turismo e atraindo empreendedores de outros estados do Nordeste interessados no potencial da vitivinicultura no Agreste.
De acordo com a pesquisadora Patrícia Coelho de Souza Leão, coordenadora do projeto, as variedades Sauvignon Blanc, Muscat Blanc à Petits Grains, Viognier, Syrah, Cabernet Sauvignon e Malbec se destacaram pelos seus desempenhos agronômicos, produtividade e potencial enológico. Essas variedades foram as mais recomendadas para o cultivo na região do Agreste pernambucano.
Além dessas variedades, outras foram avaliadas, mas não apresentaram uma adaptação satisfatória às condições locais, como a Chardonnay, Pinot Noir e Petit Verdot. A qualidade dos vinhos produzidos a partir dessas uvas foi avaliada e atendeu aos requisitos da legislação brasileira para vinhos finos secos, destacando o potencial dos vinhos do Agreste de Pernambuco.
O sucesso da vitivinicultura no Agreste tem atraído empreendedores interessados no potencial do enoturismo, como o empresário Michel Moreira Leite, proprietário da vinícola Vale das Colinas, que produz vinhos de alta qualidade e tem contribuído para o desenvolvimento econômico e turístico da região. Outras vinícolas, como a Vinícola Mello, também iniciaram suas operações na região, ampliando o potencial vinícola local.
Com base nos estudos realizados, foram elaboradas recomendações para otimizar o cultivo de uvas na região e estabelecer um sistema de produção mais eficiente e competitivo. A continuidade dessas pesquisas em parceria com instituições locais é essencial para melhorar a qualidade e aumentar a produção de vinhos finos no Agreste pernambucano, contribuindo para o desenvolvimento econômico e gerando novas oportunidades de negócios na região.
Com informações da Embrapa
Fotos: Foto: Edmea Ubirajara / Embrapa